RMC continua entre as potências do consumo
Correio Popular – CampinasA Região Metropolitana de Campinas (RMC) é dona de 2,02% do potencial de consumo do Brasil. É o que mostra estudo da consultoria IPC Marketing Editora divulgado ontem, e que aponta que neste ano o potencial projetado para a região é de R$ 66,2 bilhões (US$ 30,1 bilhões), um crescimento de 6,05% em relação ao ano passado. Apesar do crescimento, no ano anterior a RMC representava um pouco mais: 2,08% do País. Campinas é uma das poucas cidades que não são capitais a figurar no ranking nacional.
Ela manteve a 12ª posição conquistada no ano passado, com uma expectativa de movimentação de R$ 27,47 bilhões (US$ 12,5 bilhões). Poderia ser melhor, claro – mas os juros elevados, a inflação em alta e o endividamento estão reduzindo o apetite pelas compras. Precavidos ou com problemas com dívidas, os consumidores fecharam as carteiras – e o reflexo recai sobre o comércio varejista.
Os dados do primeiro trimestre da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) corroboram o estudo da consultoria. O cenário ainda é de expansão do faturamento, mas num ritmo bem mais lento do que em anos anteriores. Até agora, a economia foi puxada pelo consumo das famílias, mas os gastos em excesso em decorrência de crédito fácil engessaram o orçamento de muitos brasileiros.
O estudo da consultoria mostrou que os maiores gastos da região serão com a manuteção do lar (que inclui aluguel, impostos, água e luz), representando um valor de R$ 16,75 bilhões (US$ 7,6 bilhões), ou 5,62% a mais que em 2013. A segunda maior despesa será com alimentação em casa, que deverá chegar a R$ 5,76 bilhões (US$ 2,6 bilhões) – 4,72% mais que no os R$ 5,5 bilhões (US$ 2,5 bilhões) do ano passado. A classe B continua apresentando ampliação na participação do potencial de consumo na região. Em 2013, sua representação foi de 54,6%, com R$ 33,31 bilhões (US$ 15,1 bilhões), e neste ano subiu para 57,6%, com um total de R$ 37,2 bilhões (US$ 16,9 bilhões).
Em Campinas, os consumidores devem gastar neste ano R$ 27,47 bilhões (US$ 12,5 bilhões), montante 3,67% superior ao ano anterior. Mas, assim como no caso da RMC, a cidade também amargou um recuo no índice que mede o potencial de consumo e aponta a participação no total do País, que passou de 0,88 para 0,84. No município, a manutenção do lar vai gastos de R$ 6,95 bilhões (US$ 3,2 bilhões) e alimentação em casa, R$ 2,31 bilhões (US$ 1,1 bilhão).
O diretor do IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini, afirmou que os dados nacionais apontam em um avanço do consumo neste ano. “As regiões Norte e Nordeste experimentam um crescimento consistente do consumo. O fluxo de recursos não está mais tão atrelado aos programas de transferência de renda, porque o crescimento das duas regiões está atraindo muitas empresas que geram emprego e renda”, disse. Elas aumentaram a participação no volume total de potencial de consumo do Brasil que é projetado em R$ 3,3 trilhões (US$ 1,5 trilhão) em 2014.
“Já as regiões Sul e Sudeste estão reduzindo a participação. Os dados mostram uma melhor distribuição de renda e de potencial de consumo no Brasil”, analisou. Pazzini ressaltou que há um forte movimento de geração de renda nas cidades de médio porte do Interior. “As capitais também estão perdendo participação no índice nacional, enquanto há uma alta do Interior. Como Campinas é muito próxima de São Paulo e também faz parte de uma região metropolitana, ela segue a tendência das capitais, com queda na participação.
Isso não significa que o consumo esteja menor; o consumo na cidade vai crescer neste ano, mas a participação dela no total teve um recuo porque outros municípios estão crescendo mais” ressaltou o especialista. Ele frisou que a posição de Campinas é privilegiada. “O potencial da cidade é muito grande, tanto que é ela é uma das poucas cidades que não são capitais a figurar no ranking das 20 maiores cidades com potencial de consumo no País”.