13/04/22 11h47

RMC exporta 26% a mais em março e fatura US$ 463,9 mi

É o segundo melhor resultado nos últimos 10 anos, segundo a PUC-Campinas

Jornal Correio

As exportações da Região Metropolitana de Campinas (RMC) totalizaram US$ 463,9 milhões no mês de março, segundo dados divulgados ontem pelo Observatório da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). O desempenho representa um crescimento de 26,1% em relação ao mesmo período de 2021, o que indica uma retomada de setores importantes da indústria regional. Entretanto, as importações somaram US$ 1,4 bilhão, valor três vezes superior ao resultado das exportações, aumentando o déficit da balança comercial em 5,91%. 

Conforme o estudo, o valor das exportações corresponde ao segundo melhor desempenho para o mês de março em dez anos. Apesar do momento ser considerado de retomada, o professor Paulo Oliveira, economista responsável pelo estudo do Observatório PUC-Campinas, ressalta que a base de dados comparativos é o mês de março de 2021, onde os efeitos da crise internacional eram mais marcantes. 

"É um momento de retomada sem dúvida, mas a base de comparação é uma base ruim, que é o ano passado. Como a comparação é sempre feita com o mesmo período do ano passado, a gente observa uma recuperação pontual. Embora seja uma recuperação, é preciso fazer uma alerta para a base dessa comparação", explica o economista. 

Segundo o estudo, cujos dados são extraídos do Ministério da Economia, os principais produtos exportados em março foram bombas de ar ou vácuo, compressores e outros, e máquinas para construção, representando alta em relação a 2021 de 237,31% e 116,03%, respectivamente. 

Dentre os produtos exportados, o estudo destaca o crescimento do valor das exportações de máquinas para construção civil, US$ 68.40 milhões. Seguido de veículos, US$ 59.22 milhões. No setor automobilístico, a alta foi de 10% em comparação ao mesmo período de 2021, e de medicamentos, US$ 59,20 milhões, uma variação de 5,92% na mesma comparação. Bombas de ar ou vácuo, compressores e outros representou US$ 44,28 milhões em valor exportado e 237,31% de variação em comparação com 2021. 

Segundo o especialista, os dados apurados confirmam uma recuperação dos setores de máquinas para construção civil, bombas de ar ou vácuo, compressores e outros. "São setores que vêm crescendo e muito importantes para região. As exportações desses setores representam um aumento da demanda externa para a produção desse setor. O que beneficia a RMC", disse. 

Por outro lado, pontua o especialista, os setores de veículos e medicamentos, que também são importantes na pauta de exportações da RMC, apesar de representativos, tiveram um desempenho menor no volume exportado na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Em relação aos países parceiros do setor produtivo da RMC, conforme o estudo, houve aumento das exportações para todos os principais destinos, com exceção do Peru. O estudo destaca o crescimento expressivo das exportações para a China, Argentina, Estados Unidos e Colômbia. A análise, porém, faz novamente uma ressalva ao desempenho ruim do ano base de 2021, o que favorece o resultado positivo de março deste ano. O estudo aponta ainda que a participação da RMC nas exportações do Estado de São Paulo, de 7,27%, corresponde ao menor desde 2018, indicando que a RMC segue perdendo participação relativa nas exportações do Estado. 

Os dados divulgados pelo Observatório mostram, ainda, que houve alta de 11,7% na compra de produtos fabricados no exterior. O valor importado chegou a US$ 1,4 bilhão, com acréscimos na transação de inseticidas e fungicidas, circuitos eletrônicos integrados e aparelhos telefônicos. 

A importação de peças de automóveis e acessórios para máquinas de escritório, em contrapartida, fechou o mês em queda. Em relação às importações do estado, a RMC teve participação de 21,58% no mês de março.

Dentre os produtos importados, o estudo destaca o aumento do valor importado de defensivos agrícolas, circuitos eletrônicos integrados e partes de aparelhos telefônicos. 

Sobre os produtos importados, o especialista destaca o fato de serem produtos que sofreram bastante alta, devido ao efeito da inflação em dólar desses produtos, e esse fato é demonstrado no aumento do valor da importação. "O dado observado são dados de valores importados. Só que o maior efeito aí seguramente é o preço. Aumento do preço dos circuitos eletrônicos integrados, sobretudo, que foi a falta que a gente teve desse insumo aqui no Brasil, e que é essencialmente importado. E com isso a gente observa esse aumento na importação", explica. 

Com os resultados, a RMC viu o déficit da balança comercial aumentar em 5,91%. "Apesar disso, os dados mensais evidenciam melhora da atividade do setor externo na região, tendo como base o desempenho no mesmo período de 2021", disse o economista. 

No acumulado dos últimos 12 meses, as importações atingiram a marca de US$ 14,2 bilhões, enquanto o valor exportado totaliza US$ 4,5 bilhões. O desequilíbrio rende à RMC um déficit comercial de US$ 10 bilhões, superando o déficit de US$ 7,2. 

fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/rmc-exporta-26-a-mais-em-marco-e-fatura-us-463-9-mi-1.678679