12/08/16 14h47

Startup brasileira recorre à economia criativa para oferecer cuidados para pets

Com base em SP, Pet Anjo criou plataforma para aproximar cuidadores de animais a clientes. Startup recebeu aporte recente de R$ 1 milhão

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A startup Pet Anjo, com base na cidade de São Paulo, encontrou na economia criativa uma forma confiável e segura para oferecer cuidados para animais de estimação.

Lançada em 2014, a startup oferece uma plataforma onde, na teoria, qualquer pessoa pode ser um “pet anjo”, depois de completar um curso online para certificar-se como tal. Feito isso, uma pessoa pode oferecer serviços para cuidados à domicílio, como banho, tosa e corte de unhas, passeio com cachorro e hospedagem de pets. Cada cuidador ganha um perfil na plataforma, onde apresenta os valores dos seus serviços e é avaliado por clientes por meio de pontuação e depoimentos. Aqui, da mesma forma como outras iniciativas da economia compartilhada, a reputação dos profissionais funciona como uma espécie de moeda.

“Cada anjo tem um perfil onde os depoimentos ficam lá. É bem transparente, seja a nota boa ou ruim”, diz Carolina Rocha, CEO e co-fundadora da Pet Anjo.  E como iniciativas semelhantes ao Uber, na Pet Anjo, os colaboradores não são funcionários da startup.

Com formação e atuação como veterinária, Carolina diz que sentia falta de um serviço que desse mais garantias de que um animal, de fato, estaria sendo bem cuidado.

“Como veterinária, eu atendia à domicílio e percebia que as pessoas sempre pediam indicação de um passeador, de alguém que pudesse dar banho nos animais em casa e eu não sabia onde encontrar. E mesmo quando encontrava, eu não tinha como avaliar o profissional, se a pessoa cuidaria de verdade. E foi aí que resolvemos fundar a plataforma online, algo que não só facilitasse o encontro entre as duas partes, mas que também capacitasse”, explica.

Ao abrir a plataforma para profissionais de qualquer área, a Pet Anjo tem em sua base de “anjos”, desde advogados, publicitários, aposentados, jovens estudantes e veterinários.

Segundo ela, muitos veem na solução uma forma de terem uma segunda renda e até mesmo uma espécie de terapia ocupacional.

“Temos muitos anjos que se diziam infelizes em suas profissões e que hoje se sentem satisfeitos trabalhando com animais”, ressalta Carol.

Uma fonte de renda

Por meio da plataforma, há profissionais que conseguem tirar, em um mês, de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil, diz Carolina. A arrecadação varia de acordo com os serviços que uma pessoa se dispõe a fazer. Além disso, cada usuário pode estipular o valor de seus serviços, porém dentro de um limite. Passeios custam de R$ 15 a R$ 30, hospedagens a partir de R$ 25 a R$ 80. “Babás” de pets cobram de R$ 35 a R$ 65 e o banho tem valor fixo, variando somente de acordo com o tamanho do pet - de R$ 40 a 100 reais. De cada serviço, 70% do valor é repassado para o anjo, 25% para a startup e 5% para o gateway de pagamento. Todos os pagamentos de serviços são feitos por meio do site.

Para se tornar um anjo, interessados precisam realizar um curso online de duração de 20 horas, realizar testes e preencher um questionário. Antecedentes criminais também são checados.

“Focamos muito na educação continuada. Lançamos uma universidade online no site, onde oferecemos informações e cursos sobre cuidados de animais, primeiros socorros, organização pessoal e até mesmo comunicação com o cliente”, ressalta Carolina.

Além da certificação, a startup oferece um seguro para todo serviço contratado, com cobertura de até R$ 5 mil, que inclui medicamentos e problemas de saúde enquanto o animal estiver sob responsabilidade do cuidador.

Expansão

O modelo de negócio oferecido pela startup chamou a atenção dos investidores. Recentemente, a startup levantou R$ 1 milhão por meio de investidores anjo brasileiros e asiáticos, em uma operação assessorada pela Ace.

O valor investido será usado na expansão da plataforma no Brasil. Até então, a Pet Anjo conta com 300 colaboradores, concentrados na cidade de São Paulo, interior do estado e na cidade do Rio de Janeiro. Segundo Carolina, em dois anos, mais de 20 mil serviços foram concluídos por meio da plataforma.

Entre as estratégias previstas da startup, estão parcerias com ONGs que atuam com animais para adoção e o lançamento de um aplicativo para Android e iOS.

"Queremos facilitar o encontro para pessoas encontrarem o melhor match para cuidar de seus pets”, destaca Carolina.