21/12/17 14h20

Startup de investimentos recebe aporte de R$ 1 milhão e aposta em aquecimento do mercado para crescer

A Yubb é dona de uma plataforma que ajuda usuário a encontrar a melhor aplicação

Época Negócios

A fintech paulistana Yubb, dona de uma ferramenta que ajuda o usuário a encontrar as melhores aplicações do mercado, acabou de receber sua primeira rodada de investimentos. O aporte, feito por um grupo de investidores brasileiros, foi de R$ 1 milhão e veio a se somar aos R$ 240 mil investidos inicialmente pelo fundador Bernardo Pascowitch. O dinheiro será usado para expansão e divulgação da startup.

Fundada em 2014 pelo advogado de 29 anos, a plataforma é uma espécie de Buscapé dos investimentos. Funciona da mesma forma que outros aplicativos em que os usuários podem comparar serviços, como o Trivago, para hotéis, e o Kayak, para passagens aéreas. A ferramenta é uma maneira fácil e totalmente gratuita de comparar o rendimento de aplicações de bancos e corretoras. Tudo o que o usuário precisa fazer é digitar o valor que deseja investir e quando pretende resgatá-lo.

“Esse aporte é uma validação do nosso trabalho. Significa que nossa startup está num caminho legal, de geração de valor para o mercado”, afirma Pascowitch, que ocupa o cargo de CEO.

Ainda com equipe reduzida — são três sócios e três funcionários —, a Yubb, com cerca de 1,4 mil opções de investimento atualizadas em tempo real, teve 750 mil pageviews, quase 4 milhões de investimentos visualizados e 550 mil pesquisas realizadas por usuários dos mais variados perfis, majoritariamente jovens, de 28 a 39 anos.

Pascowitch não revela os nomes dos investidores que fizeram o aporte na startup. São seis profissionais: dois de tecnologia, três do mercado financeiro e um de consultoria.

Além de dinheiro, eles contribuirão com experiência e expertise para ajudar a Yubb a crescer. “Levantar capital é difícil, mas o mais difícil mesmo é encontrar investidores que tenham sinergia com a empresa”, afirma o CEO.

A startup pretende usar os recursos para desenvolvimento de novos produtos, contratação de funcionários e marketing de guerrilha, com a produção de infográficos, conteúdo para o YouTube e parceria com blogueiros de investimentos, outras fintechs e corretoras.

De olho nessa oportunidade, a Yubb mantém um blog com infográficos que desmistificam as aplicações e abriu recentemente um canal no YouTube que leva dúvidas de pessoas abordadas nas ruas a especialistas em finanças e economistas. “Tem mais de 10 mil pessoas no Brasil com R$ 1 milhão na poupança. Não é dinheiro que está faltando para investir, é educação financeira”.

Soluções digitais voltadas para investimentos, como a Yubb, têm ganhado relevância no Brasil. No fim de 2016, o BTG Pactual lançou sua versão digital, em que é possível fazer aplicações pelo smartphone. Em maio, o Itaú Unibanco comprou participação da maior corretora do país, a XP Investimentos, por R$ 6, 3 bilhões, e anunciou aporte adicional de R$ 600 milhões. Em junho, o Grupo Globo (dono de Época NEGÓCIOS)  apostou no mesmo nicho de mercado e comprou participação na corretora Órama Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários.

É em meio a essa transformação do mercado que a Yubb espera aumentar sua relevância. “Muitas empresas estão desenvolvendo plataformas digitais e travando uma verdadeira guerra pelo cliente”, diz Pascowitch. “Nossa visão é que o brasileiro precisa de um canal transparente para encontrar o que investir, e a gente mostra as opções de mercado de forma isenta e imparcial”.

Para garantir a isenção, a Yubb não ganha dinheiro por comissão. O faturamento da empresa, que varia entre R$ 50 mil e R$ 70 mil por mês, vem da publicidade e da geração de lead (quando o usuário cadastra seu e-mail em uma corretora via plataforma, a startup cobra um valor fixo). Com o crescimento propiciado pelo aporte, a expectativa é passar a faturar R$ 300 mil por mês já em 2018, dobrando o tráfego da página até maio.

Apesar de não ter dados oficiais sobre a taxa de conversão de pessoas que usam a ferramenta, o CEO da Yubb diz receber feedbacks positivos o tempo todo. “Algumas corretoras passaram para a gente que a conversão chega a ser 10 vezes maior do que os usuários que chegam até eles por busca no Google”, diz.

Segundo Pascowitch, existem 9 milhões de pessoas que já mexem com aplicações no Brasil. Recentemente, a XP Investimentos divulgou que tem entre 300 e 400 mil clientes, menos de 5% deste mercado. “O mais legal é que o Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas que guardam dinheiro na poupança, ou seja, é um mercado gigantesco, com muito potencial”.