18/12/15 11h37

Toyota investe R$ 30 milhões para montar Corolla também em Sorocaba

Valor Econômico

A Toyota vai investir R$ 30 milhões para também poder montar o Corolla na fábrica de Sorocaba, no interior de São Paulo. O objetivo é desafogar a unidade que produz o sedã em Indaiatuba, que, em razão da forte demanda pelo modelo, vem operando com jornadas extras de trabalho.

A adaptação do parque industrial de Sorocaba - onde é fabricado o Etios, modelo de entrada da montadora japonesa - vai levar cerca de um ano. A ideia é que até dezembro de 2016 a produção do Corolla possa ser compartilhada pelas duas fábricas da Toyota no interior de São Paulo.

Pelo projeto, a carroceria do sedã, armada em Indaiatuba, será transportada por uma distância de 63 quilômetros para pintura e montagem final nas linhas de Sorocaba. Com isso, em épocas de demanda aquecida, a Toyota poderá acionar a fábrica do Etios, inaugurada há três anos, para complementar a produção do Corolla.

Mesmo com a crise enfrentada pela indústria automobilística nacional, as vendas do Corolla crescem 9,4% neste ano, o que levou a unidade de Indaiatuba a operar com duas horas extras diárias - uma a mais em cada um dos dois turnos de trabalho. O parque também tem funcionado em sábados alternados para produzir mais do que a capacidade instalada de 76 mil automóveis por ano.

De janeiro a novembro, as vendas do Corolla somaram 60,9 mil unidades, garantindo, com folga, a liderança entre os sedãs médios, com 35,7% do total do segmento. A empresa informa que outros 14 mil carros foram exportados para a Argentina até outubro.

Com modelos posicionados em faixas menos expostas a restrições de renda e crédito ou em segmentos resistentes à crise, tanto a fábrica do Corolla em Indaiatuba como a da Honda em Sumaré (SP) - que produz, entre outros, o utilitário esportivo HR-V - vêm lançando mão de jornadas suplementares de produção, enquanto as demais montadoras estão demitindo e parando linhas.

Nas duas fabricantes, o recesso deste fim de ano também será mais curto do que a paralisação programada pela maioria dos concorrentes: duas semanas contra períodos que, nas demais fábricas, variam de três a seis semanas.

Mesmo assim, a Honda decidiu adiar o início das operações de sua segunda fábrica de automóveis, construída em Itirapina, também no interior paulista, por não acreditar que a produção continuará em alta no ano que vem.

Se com o Corolla a Toyota consegue driblar a recessão doméstica, o mesmo não se repete com o Etios, cujas vendas, na soma das versões hatch e sedã, caem 6,5% em 2015. Apesar disso, são mantidos os investimentos de R$ 100 milhões, anunciados em janeiro, para ampliar de 74 mil para 108 mil carros por ano a capacidade de produção em Sorocaba. A expectativa é que essa expansão seja concluída no primeiro semestre de 2016.

Na sétima colocação entre as maiores marcas do país, a Toyota tem queda de 8,1% nas vendas deste ano, incluindo na conta os modelos importados da Argentina: a picape Hilux e o utilitário esportivo SW4. Mas como perde menos vendas do que a concorrência, sua participação de mercado avançou, em um ano, de 5,8% para 7,1%.