22/12/22 12h35

Indústrias de Rio Preto e região fazem balanço positivo de 2022

Setor mantém perspectivas 
otimistas para o novo ano, mas ainda com alguma cautela em função das mudanças políticas

Diário da Região

O ano está terminando e as indústrias da região Noroeste paulista começam a planejar, ou pelo menos olhar, para 2023. Mas antes disso muitas encaram o recesso de fim de ano de maneiras diferentes. Enquanto algumas comemoram o ciclo que termina, outras encaram com certa cautela o ano que se aproxima.

 

Para a diretora titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Noroeste Paulista, Aldina Clarete D’Amico, o ano de 2022 foi de manutenção da produção. Após uma forte recuperação durante o ano de 2021 e os primeiros meses de 2022, algumas atividades indicaram desaceleração nesta reta final. “A nossa região é bem diversificada e manteve a balança equilibrada. Tivemos a confecção com um setor difícil, mas a construção civil melhorou muito os números da indústria”, diz.

 

De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na variação acumulada em 12 meses, o ritmo de queda da indústria foi de 2,3% no período encerrado em setembro para -1,5% em outubro. “Neste ano mantivemos a produção, melhoramos até em alguns setores, mas agora é um período de muita incerteza”, afirma.

 

O setor moveleiro vê o ano que se encerra muito bem, mas nada comparado aos anos da pandemia. “Temos que comparara 2022 com o que foi 2019, antes da pandemia. Foi um ano muito bom, se olhar o volume de produção e o giro de mercado”, afirma Maic Caneira, presidente do Sindicato da Indústria Mobiliar de Mirassol e região.

 

A comparação de 2022 com 2019 — e não com 2021 — faz sentido. De acordo com Maic, o ano vai terminar 10% abaixo em relação ao ano passado, mesmo com o coronavírus. O presidente do sindicato afirma que neste período os problemas foram outros, como escassez de matéria-prima e preço oscilando.

 

Neste fim de ano, Maic o recesso será curto, justamente pelo fato de o Natal e o Ano Novo caírem em finais de semana. A tendência é ter uma semana de pausa, voltando no dia 2 ou 3 de janeiro. O sindicato tem relação com 180 empresas de móveis em 15 cidades da região de Rio Preto.

 

A indústria Casa Verde vem apostando na diferenciação da marca para 2023, mas acredita em um novo ano desafiador. “Devemos ter o aumento do dólar, o preço dos contêineres baixou e isso ajuda no valor dos insumos. A cadeia de suprimentos ainda não se regularizou, como a madeira. Preferem ainda exportar por causa do dólar alto”, afirma Marcelo Longhi, diretor de operações da empresa.

 

Ele acredita que o preço dos móveis não deve mais aumentar, porém não terá muita queda, devendo ser gradativa. Para Marcelo, o ano de 2022 teve uma diminuição de vendas em relação a 2021, mas pode ser considerado um ano bom. “Para os móveis, setor de varejo, 2021 foi muito bom, com recorde de vendas. O nosso maior concorrente é a viagem, o que não teve muito durante a pandemia.”

 

Na Facchini, fábrica de implementos rodoviários, o balanço é positivo, com crescimento nas vendas em relação ao ano passado. “Esse crescimento foi em decorrência da linha agro, que teve uma demanda maior, ainda mais nos grãos. As indústrias e o comércio não foram tão bons, muito pelos juros altos e a inflação no período”, afirma o diretor Marcelo Facchini.

 

Neste ano, segundo ele, houve a ampliação na capacidade das fábricas em 15%. Mas 2023, ainda é considerado um mistério. “Ninguém sabe o que vai acontecer, então não dá para fazer planos futuros. Não só os brasileiros, mas o resto do mundo também aguarda para saber o que será do Brasil no próximo ano”, afirma.

 

Crescimento nas vendas

 

A Kodilar, indústria do setor alimentício, registrou crescimento de 26% nas vendas em relação ao ano anterior. “Tivemos um ano muito positivo, com um aumento significativo de vendas, principalmente no segmento de saudáveis, com lançamentos de produtos, aumento dos postos de trabalho e com isso atendimento em todo território nacional”, afirma Wagner Zacharias, diretor comercial.

 

Durante o ano, a empresa fez investimentos na linha de produção e, mesmo com as incertezas políticas e econômicas, a expectativa para o ano que vem, é manter os investimentos. “Para 2023, a expectativa é continuar os projetos de ampliação, com lançamentos e novas linhas de produtos. Estamos otimistas de que teremos um ano promissor”, afirma.

 

Suélio Ribeiro, proprietário da Nação Móveis, em Tanabi, e da LA´BRIZZA Cosmetics, de Rio Preto, está confiante com 2023. “O dinheiro vai circular, o consumo vai aumentar e isso gira um ciclo muito positivo. Nos tornamos um grande exportador de commodities e o próximo governo tem a função de resgatar a indústria nacional”, afirmou Ribeiro.

 

Segundo Matheus Camargo, da indústria de iluminação Lumavi, também comemora. “Em relação a 2021 nós aumentamos em 24,86% o faturamento, conseguimos gerar mais empregos, aumentando nossa equipe em mais de 60% e lançamos uma rede de franquia. Para 2023 nós acreditamos que a construção civil continuará sendo o motor do PIB nacional e nossa expectativa é manter o crescimento do faturamento acima dos 20% e dobrar o número de unidades franqueadas”.

 

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/riopretoeregiao/industrias-de-rio-preto-e-regi-o-fazem-balanco-positivo-de-2022-1.1033244