13/10/16 15h08

Inovação atrai US$ 150 mi em investimentos

O 3° Inova Campinas - Fórum Regional de Inovação e Desenvolvimento Sustentado, será nos dias 20 e 21 de outubro no Instituto Agronômico (IAC) em Campinas

Correio Popular

O 3°, Inova Campinas - Fórum Regional de Inovação e Desenvolvimento Sustentado, que acontece na próxima semana (dias 20 e 21) no Instituto Agronômico (IAC), deve reunir mil pessoas e injetar nas empresas e startups de base tecnológica da região ao menos US$ 150 milhões (cerca de R$ 480 mi) em cinco anos. O dinheiro vem de um fundo de investimento formado por universidades americanas. Detalhes serão conhecidos no evento.

Com apoio da Unicamp e patrocínio da Prefeitura de Campinas, Desenvolve SP e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o evento é oportunidade de geração de bons negócios para gestores de instituições, empresários e investidores, segundo Eduardo Gurgel do Amaral, vice-presidente de administração e finanças da Fundação Fórum Campinas (FFCI) e diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.

O fórum, gratuito, terá debates com especialistas internacionais, palestras e exposição de produtos e tecnologias de 30 instituições e startups.

Considerado vitrine das iniciativas públicas e privadas para desenvolvimento econômico, a partir da base tecnológica, o Inova Campinas deve reunir mais de 50 entidades do Estado ligadas ao empreendedorismo e inovação, além de pelo menos 30 investidores que deverão investir a curto prazo, segundo José Eduardo Azarite, presidente da Fundação Fórum Campinas Inovadora.

De acordo com ele, o objetivo é criar um ambiente de negócios, atraindo investidores que encontrarão, em um único local, dezenas de startups e empresas de médio e grande porte ligadas ao Centro da Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A estratégia é transformar a geração de inovação — o ativo das instituições de ensino e pesquisa — em processo de retomada da economia.

“Queremos caracterizar Campinas como uma cidade boa para se investir. Atrair fundos, aceleradoras e investidores. Pela primeira vez, a cidade tem movimento que alinha os vetores nas áreas de tecnologia e inovação”, diz.

Amaral considera o montante oferecido pelo fundo de investimento internacional, para as startups que serão selecionadas pela fundação, “muito acima da média utilizada em fundos para o setor”.

Visitantes

Os visitantes que participarem do Inova Campinas terão à disposição uma feira de serviços, produtos e ideias, apresentados por entidades. Segundo os organizadores do evento, Campinas está na lista dos mercados mais promissores para captação de investimentos em tecnologia e inovação, ficando atrás apenas das capitais como Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte.

A expectativa dos líderes é que a cidade alcançará o topo da lista de melhor mercado para investimentos no setor de tecnologia nos próximos dez anos.

O diretor do Techno Park, José Luiz Guazzelli, onde 43 das 60 empresas instaladas são de base tecnológica, considera o Inova Campinas uma oportunidade de aproximação dos centros de pesquisas e desenvolvimento com a indústria.

Guazzelli conta, ainda, que no Brasil existe um abismo entre a indústria e o setor responsável por pesquisa e desenvolvimento. “O Brasil ainda está longe de gerar tecnologia competitiva o suficiente para garantir espaço entre os grandes players mundiais em setores estratégicos da economia”, afirma.

Esse distanciamento, diz, ocorre por várias razões, como a falta de um instrumento de compartilhamento de risco. O Inova Campinas, na visão de Guazzelli, é mais um passo, entre dezenas de ações, para estreitar a aproximação entre empresas, instituições de pesquisa e parques tecnológicos.

Força-tarefa aposta em polo regional

Uma “força-tarefa” formada pelos responsáveis pelos principais núcleos de produção tecnológica de Campinas inicia neste segundo semestre de 2016 uma campanha para que a cidade assuma de fato, e de direito, sua vocação no setor de inovação e tecnologia.

O objetivo é que Campinas não tenha apenas o título de Vale do Silício Brasileiro, mas que consiga tirar isso do papel, fomentar negócios, atrair investimentos, gerar empregos, criar eventos e assumir a função de referência internacional no setor, aglutinando não só boas ideias e parceiros que as executem, mas também investimentos e receitas gerados por todo esse mercado.

Uma lista de 12 municípios, entre os quais Barcelona (Espanha), Hannover (Alemanha), Helsinque (Finlândia) e Austin (EUA), têm exemplos que deram certo na área de tecnologia e vão servir de modelo para medidas que serão implementadas em Campinas.

Uma das propostas é criar um evento na cidade que seja referência mundial para inovação e desenvolvimento de aplicativos da mesma forma que Barretos tem sua imagem ligada a rodeios e Ribeirão Preto a uma feira de agronegócios.

O evento da próxima semana é uma das grandes apostas desse projeto. A geração de empregos e, como consequência, riquezas é o principal objetivo final da discussão.

O fórum reforça a vocação da cidade para a base tecnológica. Campinas é o único município do País com cinco parques tecnológicos (Ciatec, CPqD, Renato Archer, Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e TecnoPark) e é responsável por 15% da produção tecnológica em território nacional.

Embora considerada o maior polo tecnológico da América Latina, segundo balanço apresentado ano passado na Focus, revista especializada no setor de tecnologia e armazenamento de dados, a cidade ainda precisa de políticas e iniciativas que fomentem, de fato, novos negócios, investimentos e geração de empregos.

A afirmação de que a cidade é referência na América Latina é reforçada por José Eduardo Azarite, presidente da Fundação Fórum Campinas Inovadora. “Se somados, os cinco parques, que não ficam juntos, seriam o maior da América Latina”, afirmou Azarite, que é vice-presidente Comercial e de Negócios do CPqD, e um dos líderes do comitê formado por representantes dos principais núcleos de produção tecnológica de Campinas.

A Fundação, criada em 2002, atualmente reúne diversas instituições de pesquisa e vai atuar como catalisadora dos esforços no setor, para elevar, definitivamente, o município à categoria de Vale do Silício Brasileiro. Atração de empresas e formação de mão de obra qualificada influenciam na tomada de decisões nas políticas públicas para o setor.

Samuel Ribeiro Rossilho, presidente da Companhia de Desenvolvimento Polo Alta Tecnologia Campinas (Ciatec), diz que os parques tecnológicos são estratégicos para o desenvolvimento regional, e o papel das instituições e da estrutura industrial e de serviços complexos como determinantes do processo de geração e difusão de inovações.

“Campinas é classificada como um polo tecnológico por reunir empresas de base tecnológica, além de um forte e capacitado aparato institucional na área de pesquisa científica e tecnológica”, disse Rossilho.

SERVIÇO

3°Inova Campinas

Datas: 20 e 21 de outubro no Auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Gratuito

Informações e inscrições: www.inovacampinas.org.br

PROGRAMAÇÃO

Dia 20/10

Tema da manhã: Conhecimento, Inovação e o Impacto no Desenvolvimento Regional

Tema da tarde: A dinâmica territorial como suporte à competitividade e à transformação socioeconômica

Dia 21/10

Alessandro Bomfim, CEO da Saga. Da adversidade ao sucesso: a força de um sonho

Apresentação do V8 Startup - Marina Khattar de Godoy e Fernando G. Teixeira - Grupo RAC

Financiamento e Apoio à Inovação. Álvaro Sedlacek, diretor financeiro e de negócios - Desenvolve SP

Grandes empresas: novos modelos de interação no ecossistema de inovação. Moderador: Celso Barbosa, diretor da Cab Consultoria.

Movimento 100 Open Startups: Pitch Day