Número de microempreendedores individuais cresce 16% em Rio Preto
Alta de 16% em Rio Preto em 2021 é tendência que vem sendo observada nos últimos anos e foi inflada pela pandemia de coronavírus
Diário da RegiãoO sonho de ser o dono do próprio negócio e a necessidade de ter uma fonte de renda tem levado cada vez mais rio-pretenses ao empreendedorismo. E a porta de entrada para muitos empresários iniciantes é por meio da modalidade Microempreendedor Individual (MEI), que cria condições seguras para o trabalhador sair da informalidade.
Em 2021, Rio Preto chegou a 44.623 MEI’s formalizados. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram criados 6.376 novos CNPJ’s nessa modalidade na cidade, uma alta de 16% em relação ao volume do ano anterior. Em 2020, eram 38.427 MEI’s existentes em Rio Preto. Os dados são do Portal Simples Nacional, da Receita Federal.
A procura pela formalização por meio do registro como microempreendedor individual acompanha a tendência registrada em 2020. Naquele ano, o município havia contabilizado 6.533 novos MEI’s. Apesar de a busca pelo empreendedorismo ter se evidenciado durante a pandemia, esse movimento já era observado em Rio Preto mesmo antes da chegada do coronavírus.
Segundo o analista de negócios do Sebrae-SP, Thiago Sartorelli, são dois os públicos que recorrem ao empreendedorismo: o empreendedor por necessidade e o que tem vontade de ser dono do próprio negócio. “Ou seja, pessoas que se encontram cansadas do trabalho CLT, do cumprimento de cargas horárias, que desejam contar com a possibilidade de fazer crescer uma empresa através do seu trabalho e construir uma história de sucesso. Pode-se dizer que a soma das duas situações é o mais comum”, destaca.
Essa busca foi o que motivou o empresário Flaylton Alexandre Kun Filho, 25 anos, que abriu uma loja de confecções e acessórios como microempreendedor individual em outubro de 2021. Formado em contabilidade, ele conta que sempre teve vontade de ter o próprio negócio, até que vislumbrou a oportunidade no ano passado.
“O sonho de empreender partiu do querer mais. Acredito que existem empresas muito boas onde você pode crescer, ainda assim elas acabam te limitando. Mas você sendo empresário, dono do próprio negócio, você que define o limite de até quanto pode crescer e não o trabalho”.
As duas maiores atividades de MEIs em Rio Preto são, em primeiro lugar, cabeleireiros; e, em segundo lugar, comércio varejista de vestuário e acessórios. “As duas atividades somam mais de 6,5 mil cadastros no MEI, sendo mais de 5 mil mulheres. É o empoderamento feminino mostrando a sua força no empreendedorismo”.
A formalização traz muitos benefícios para o empreendedor, mas também para a economia de forma geral. O principal benefício é a contribuição regular com a Previdência Social, que possibilita não somente a aposentadoria dentro dos critérios legais, mas, também coberturas como auxílio-acidente, auxílio-doença e auxílio-maternidade, por exemplo.
“A formalização é indispensável para o crescimento do negócio, visto que se pode pagar menos impostos que na pessoa física e que se pode emitir notas fiscais de comércio e serviço”.
Planejar para crescer
Seja para quem está busca de uma fonte de renda, ou que vislumbrou um nicho de mercado a ser explorado, ter um planejamento consolidado é uma das melhores estratégias para fazer o negócio dar certo. Para o consultor empresarial Julio Cesar de Jesus, da Juceje gestão empresarial, o primeiro passo antes de abrir um negócio é montar um planejamento de metas, estruturar os gastos e encontrar o ponto de equilíbrio.
“É preciso fazer um bom planejamento, pesquisar o mercado para saber como a concorrência se comporta e ter um controle muito bom dos gastos. Se o empresário fizer um planejamento econômico adequado, ele tem mais chances de crescer aos poucos”.
Outra sugestão é separar o que é a receita da empresa e o que é receita pessoal. “Toda empresa tem os gastos variáveis e os gastos fixos, tudo isso deve ser colocado no planejamento. O que sobrar depois de compensados os gastos é considerado lucro. Misturar dinheiro pessoal com dinheiro da empresa pode ser muito arriscado para o negócio”.
Foi o que fez o empresário Flaylton Alexandre Kun Filho, antes de inaugurar a FK Store, loja física no segmento de vestuário masculino. Desde o ponto até o tipo de produto foi pensado antes de abrir as portas. “O mercado do e-commerce cresce bastante, mas boa parte das pessoas que gosta de roupa de qualidade prefere a loja física para provar a peça. Isso dá confiança e credibilidade”, conta.
Na hora de escolher o ponto, a preferência foi por um local que combinasse movimento de pessoas, fácil localização e opções de estacionamento. “A expectativa é crescer bastante”.