02/02/22 14h31

Produtores e governo discutem formas de ampliar a exportação de frutas

Carlos França visitou um dos maiores polos da fruticultura nacional

Agência Brasil

Responsável por cerca de 5,5 milhões de empregos diretos, a fruticultura brasileira almeja consolidar a exportação de parte da produção nacional para destinos tradicionais e alcançar novos mercados, especialmente a China, cuja população, em 2020, consumiu US$ 138,9 bilhões em frutas locais e de vários outros países. 

A estratégia, que já conta com o auxílio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), parece ter ganhado um reforço de peso nesta segunda-feira (31), com a visita do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, a um dos maiores polos da fruticultura nacional, o Vale do São Francisco, entre Pernambuco e a Bahia. 

Acompanhado pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Augusto Pestana, França visitou a região a convite da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). Em Petrolina (PE), o chanceler visitou fazendas, uma vinícola e se reuniu com produtores, que enfatizaram a importância da conclusão do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. 

“Tratamos de alguns pleitos dos produtores, sendo que o principal deles é o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Europeia”, disse à Agência Brasil o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho. Segundo ele, a assinatura do tratado eliminará tarifas alfandegárias, barateando os custos da exportação dos produtos brasileiros para o bloco de 27 países europeus. 

“Um exemplo é a uva. Quando nós exportamos para a comunidade europeia, pagamos entre 8% e 14% de impostos. Outros países exportadores, como o Chile, o Peru e a África do Sul não pagam nada, o que é desleal. O acordo de livre comércio já prevê que, assim que ele entrar em vigor, esse import duty [imposto de importação] cairá a zero”, acrescentou Coelho, explicando que a desoneração incidirá, gradualmente, sobre outras frutas vendidas à União Europeia. 

“Também tratamos [com o ministro Carlos França] da importância da abertura de novos mercados. O Mapa já nos dá esse apoio, negociando, derrubando barreiras sanitárias e atuando em outras questões, mas o Ministério das Relações Exteriores pode nos ajudar a identificar e fazer a interlocução com outros países que queiram importar nossos produtos”, disse Coelho. 

Nas redes sociais, o Itamaraty confirmou a intenção de, em conjunto com a Abrafrutas, promover a exportação dos produtos nacionais a fim de “aumentar a participação brasileira no mercado internacional”. 

Em 2021, o Brasil exportou 1,24 milhão de toneladas de frutas frescas, resultado 18% superior ao de 2020. Com isso, o setor faturou US$ 1,21 bilhão, ou 20% a mais que no ano anterior, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Entre as frutas mais vendidas para o mercado externo em 2021, estão a manga, melão, uva, limão, nozes e castanhas, melancia, banana, maçã e mamão. Os principais destinos internacionais dos produtos brasileiros foram a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Argentina e o Canadá. 

Mesmo com os resultados positivos, o presidente da Abrafrutas sustenta que o Brasil ainda tem muito a crescer. “Temos frutos de excelente qualidade e um ótimo conceito no exterior. Há, ainda, muito a avançar. Por isso os apoios são importantes”. 

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-02/produtores-e-governo-discutem-formas-de-ampliar-exportacao-de-frutas