15/02/13 15h24

A ordem é conquistar empresas

Correio Popular

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) é um endereço certo para investimentos nacionais e estrangeiros. E para potencializar as chances de conquistar a preferência das empresas, as administrações das cidades que a compõem apostam no tripé agilidade na aprovação dos empreendimentos, oferta de benefícios fiscais e estrutura logística. Novos governos e prefeitos reeleitos traçam estratégias que passam por revisões de leis, reforço da qualificação de mão de obra, planos urbanísticos e órgãos exclusivos para o atendimento do empresariado. As administrações também apostam na imagem da região como vitrine de conhecimento e alta tecnologia e na ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos.

Hoje, as cidades próximas ao eixo Campinas-São Paulo são as mais procuradas para abrigar indústrias, comércios de grande porte e centros de logística e distribuição. A qualificação dos trabalhadores também é uma questão que deve estar na pauta dos representantes das cidades que formam a RMC. O objetivo é buscar o apoio dos governos estadual e federal, e ainda de instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para a abertura de vagas em escolas profissionalizantes e nas universidades.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo de Campinas, Samuel Rossilho, afirma que o primeiro passo é mostrar de forma objetiva que há garantias jurídicas a quem investir na cidade. “Vamos destravar os gargalos e agilizar os processos dentro da esfera municipal”, afirma.

Ele destaca que dentro do plano de 100 dias do prefeito Jonas Donizette (PSB) há uma parte dedicada ao desenvolvimento econômico dentro do projeto Campinas Empreendedora. Ele cita que entre as medidas está a criação do Poupatempo Empresarial. O governo também estuda uma revisão das leis de benefícios fiscais. O secretário destaca ainda a criação do Exporta Campinas, que irá auxiliar as pequenas e médias empresas a vender para o Exterior. Rossilho diz que o novo governo vai priorizar a qualificação da mão de obra e o desenvolvimento de diferentes setores econômicos, principalmente a área de alta tecnologia.

Americana encontra novos caminhos para o crescimento
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Americana, Luiz Carlos Martins, afirma que há três anos a atual administração implantou um plano para o crescimento econômico do município. No segundo mandato do prefeito Diego De Nadai (PSDB), que teve início neste ano, a meta é consolidar as ações que estão em curso e promover melhorias. “A política se baseou em criar um novo formato de interação entre o setor público e privado, tornando mais céleres os processos. Outra medida foi o estabelecimento do Cuca, o Centro da Universidade do Conhecimento de Americana. E a terceira parte foram as leis de incentivo”.

Um dos pontos da lei de Americana garante a devolução de parte do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pela empresa, que posteriormente é repassado pelo Estado ao município como cota-parte. Ele aponta que ao longo dos últimos três anos e meio a cidade ganhou 38 novas empresas, que juntas estão investindo R$ 1 bilhão (US$ 512,8 milhões). “No período, foram criados 3,2 mil empregos”, comenta.

Em Americana, empresariado e governo buscam caminhos para fortalecer o setor têxtil. No ano passado, foi inaugurado um shopping de atacado formado por confecções instaladas na cidade. O empreendimento recebeu um investimento de R$ 5 milhões (US$ 2,56 milhões). A iniciativa tem como objetivo dar vazão aos produtos elaborados nas empresas e também promover o turismo comercial. O projeto nasceu pelas mãos da Associação dos Confeccionistas de Americana e teve aporte de um investidor de São Paulo.

Multinacional alemã é a última “aquisição” na região
Em março, a multinacional alemã Kion inaugura oficialmente a fábrica de máquinas e equipamentos para movimentação e armazenagem em Indaiatuba. O presidente da Kion Group South America, Frank Bender , afirma que havia uma decisão do grupo em mudar a planta do Rio de Janeiro para o Estado de São Paulo. Ele acrescenta que, a partir dessa decisão, a empresa fez um estudo de viabilidade com diversas cidades próximas a Viracopos. “Indaiatuba foi o município que melhor se saiu nesse estudo por diversos motivos, principalmente pela estrutura e qualidade de vida oferecida pela cidade”, pontua. “Indaiatuba tem uma localização estratégica entre grandes cidades como São Paulo, Campinas e Sorocaba e é facilmente acessada pelas principais rodovias de São Paulo”, diz. A multinacional investiu até agora R$ 40 milhões (US$ 20,5 milhões) na planta de Indaiatuba.