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À venda, Volvo Car bate recordes no Brasil

Valor Econômico - 06/05/2009

O investidor que se interessar pela compra da marca de automóveis luxuosos Volvo, à venda pela Ford, deve dar uma boa olhada sobre o avanço de vendas no mercado brasileiro. Surpreendendo até a direção da empresa no Brasil, as vendas em abril registraram um recorde desde a chegada da marca sueca ao país, em 1991, e um crescimento de 162% em relação ao mesmo mês do ano passado. No intuito de se concentrar na produção de carros da própria marca, em 2008 a Ford se desfez das operações das luxuosas inglesas Jaguar e Land Rover. Recentemente a montadora revelou interesse em vender também a Volvo. Mas não se sabe de alguma negociação em curso. Embora os volumes sejam pequenos, o desempenho no mercado brasileiro contrasta com o de outras economias mais expostas à crise. No primeiro trimestre, as vendas da Volvo Cars no Brasil ultrapassaram as do México. Os planos indicam a venda de 2 mil automóveis este ano no Brasil. É muito pouco num mercado de mais de 2,56 milhões de veículos. Mas indica que a marca sueca consegue uma expressiva participação no segmento em que atua, que soma venda anual de 12 mil carros. O crescimento da marca, que chegou a 61% no quadrimestre, em um mercado que no mesmo período avançou 0,72%, ganha importância maior quando se levam em conta os preços dos carros da empresa. O campeão de vendas, o modelo XC60, custa entre R$ 138 mil (US$ 62.7 mil) e R$ 156,5 mil (US$ 71.1 mil). Há três razões básicas para o aumento do consumo de carros como esses no Brasil, segundo Anders Norinder, presidente da Volvo Cars para América Latina e Caribe. O Brasil já é o melhor mercado para a montadora na região, que deverá somar a venda de 4,5 mil a 5 mil unidades este ano. Um dos principais atrativos foi o lançamento do XC60, modelo do segmento chamado crossover, que mistura o conceito de utilitário com o de veículo off road. Esse segmento tem crescido no Brasil. A empresa também alterou a tabela de preços para ganhar espaço entre concorrentes como Mercedes-Benz, BMW e Audi. Desde o fim de abril, quase toda a linha está sendo vendida com bônus que vão de R$ 12 mil (US$ 5.45 mil) a R$ 45 mil (US$ 20.45 mil). A expansão da rede de concessionárias, que saltou de 11 para 18 somente no ano passado, segundo o diretor de vendas na América do Sul, João Henrique Oliveira, foi outro fator de crescimento. Mas, para Norinder, o que realmente deu impulso a carros de luxo como os da Volvo foi o crescimento da economia brasileira. Com uma experiência de trabalho com a marca em três países asiáticos e México, o executivo sueco diz que o mercado lhe dá mostras que a crise não atingiu o Brasil.