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Abiquim propõe agenda para atacar déficit

Valor Econômico - 09/04/2009

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) decidiu entrar novamente na luta contra o déficit comercial do setor, que acumulou um saldo negativo superior a US$ 23 bilhões em todo o ano passado. Sob a batuta do novo presidente do conselho-diretor da Abiquim, Bernardo Gradin, a entidade propõe uma agenda para o desenvolvimento da indústria química brasileira que ataque as causas do déficit comercial. "A intenção é ter uma política industrial para o setor", afirmou Gradin.

Segundo ele, que também preside a Braskem, a maior petroquímica brasileira, a agenda da Abiquim tentará encontrar formas para estimular o investimento público e privado para adensar a cadeia produtiva da indústria química brasileira. Entre suas ideias, incluem-se mudanças nas políticas de preços de matérias-primas fornecidas pela Petrobras; maior oferta de nafta e gás para diversificação da pauta de produtos químicos; maior acesso à energia por parte dos consumidores industriais; ampliação e acesso à infraestrutura; modificações na legislação, incluindo uma política tributária mais competitiva; e linhas de crédito à exportação, entre outros assuntos.

Bernardo Gradin lembra que a indústria química brasileira enfrentará daqui para a frente um cenário mais desafiador. Além dos rivais já conhecidos, como os produtores dos Estados Unidos e da Europa, surgem novos atores no mercado mundial. "Países do Oriente Médio e da Ásia, em especial a China, descobriram que para desenvolver-se socialmente precisam criar e agregar valor nas cadeias produtivas de base", disse o novo presidente do conselho da Abiquim. "Nestas regiões, existem, por exemplo, subsídios no fornecimento de nafta e gás. Não havendo uma certa isonomia com nossos rivais, ficaremos para trás", diagnostica ele, que não fala em protecionismo à indústria nacional, mas em uma equalização de oportunidades.