06/04/10 11h44

Aéreas de fora já mostram interesse em investir no Brasil, segundo Snea

Valor Econômico

O aumento do limite de capital estrangeiro em empresa aérea brasileira dos atuais 20% para 49% só deverá ser autorizado pelo governo em 2011, por causa das eleições este ano, mas companhias aéreas de fora do país já demonstram interesse em investir por aqui. A informação é do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Nomes, porém, não foram informados. Recentemente, o fundador do grupo de turismo CVC, Guilherme Paulus, afirmou que vai voltar a negociar com a irlandesa Ryanair a venda de ações da sua controlada Webjet assim que a alteração na legislação aeronáutica for sancionada. Nos Estados Unidos, a presidente financeira da United Airlines, Kathryn Mikells, revelou, em fevereiro, que a empresa tem interesse em fusões, especialmente na América do Sul e no Brasil.

"Tem algumas empresas aéreas estrangeiras fazendo sondagens não só com companhias grandes, mas com as de médio e pequeno porte também", afirma o diretor técnico do Snea, Ronaldo Jenkins. Na avaliação do executivo, não há perspectiva de que o limite de capital estrangeiro no setor aéreo alcance 100%, embora seja esse um dos objetivos do Ministério da Defesa. Jenkins, porém, diz que as restrições de operações em aeroportos, que estão sendo implementadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), assim como os problemas de infraestrutura aeroportuária poderão reduzir o interesse de investidores estrangeiros.

Já na opinião de dois executivos do setor aéreo e do consultor aeronáutico Paulo Bittencourt Sampaio, a aprovação do aumento de capital estrangeiro no setor não deverá deflagrar uma "corrida" de empresas aéreas de fora do Brasil com apetite para comprar até 49% das ações com direito a voto de companhias aéreas brasileiras. Para eles, a mudança na legislação do setor servirá mais como uma oportunidade adicional para as maiores do setor, TAM e Gol, captarem recursos no exterior. Entre as médias e pequenas companhias, acreditam que a mudança pode incentivar um movimento de abertura de capital para poder tirar proveito da nova realidade.