27/11/09 12h02

Agências faturam mais em 2009

Valor Econômico

O mercado publicitário vive uma situação exatamente oposta a que enfrentou há um ano. No final de 2008, contratos estavam sendo cancelados, anunciantes suspendiam investimentos e a ordem era enxugar os orçamentos para enfrentar um período que seria de vacas muito magras. Mas 2009, como se viu, não foi tão ruim assim. O investimento publicitário, que se temia encolher, deve somar algo em torno de R$ 30,2 bilhões (US$ 17,6 bilhões), o que significa uma melhora de 3% em relação ao total de 2008, segundo pesquisa do grupo Meio & Mensagem (M&M). Agências de publicidade ouvidas pelo Valor prevêem fechar o ano com crescimento bem acima disso, de 10% a 20%.

"O primeiro semestre foi ruim. Nos recuperamos no terceiro trimestre e vamos até crescer nessa reta final", diz o presidente do grupo M&M, José Carlos Salles Neto. Sua expectativa para 2010 é de um crescimento entre 6% e 7%. Neste final de ano, os anunciantes não só já confirmaram seus investimentos para 2010 como também fecharam contratos com valores maiores dos que os planejados inicialmente.

O otimismo em relação a 2010 tem sua razão de ser, explica Antonio Fadiga, presidente da agência Fischer+Fala!. "Há mais consumidores no mercado e eles estão gastando mais", diz, referindo-se à classe C. Algumas agências, como a Talent, já vêm se beneficiando dessa mudança social. "Alguns de nossos clientes, como os postos Ipiranga e a TV por assinatura Net estão crescendo por conta dessa nova classe social", diz José Eustáquio, vice-presidente da Talent. A agência deve fechar o ano, segundo ele, com alta no faturamento de 5% a 6% sobre 2008 e espera crescer mais 10% em 2010.

Sergio Amado, presidente da Ogilvy Brasil, está otimista. "O ano que vem será brilhante porque marca o início de um período de preparação para a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2014 que o país vai sediar", diz ele, que termina 2009 com alta (até agora )de 17% no faturamento, graças a uma estratégia de corte nos custos e foco nos clientes. "Preferimos dar atenção aos clientes que já tínhamos em vez de captar novos, o que, em um ano que começou muito incerto, não renderia os resultados que precisávamos no curto prazo", afirma Amado. Boa parte dos anunciantes pensou da mesma maneira. "A maioria das empresas deixou campanhas de fortalecimento de marca de lado e deu mais enfoque a projetos que poderiam gerar vendas naquele momento", diz Salles Neto, do M&M.