28/04/09 09h50

Agra e Veremonte passam a controlar a Klabin Segall

Valor Econômico - 28/04/2009

O megainvestidor espanhol Enrique Bañuelos dá mais um passo para consolidar sua participação no mercado imobiliário brasileiro. Depois da Abyara, sua empresa, a Veremonte, será a nova controladora da Klabin Segall. A operação reitera a intenção da Veremonte em resgatar empresas endividadas - no auge de suas crises - e coloca a Agra como sua grande parceira para consolidação no Brasil. Em uma operação estruturada, que exclui a participação dos minoritários, Agra e Veremonte criam uma nova companhia, a Holding Agra Veremonte, com participação de 65% da empresa de Bañuelos e 35% da brasileira. Essa companhia será incorporada pela Klabin Segall, que emitirá novas ações.

No final da operação, a holding ficará com 58% do capital social da Klabin Segall. Agra e Veremonte colocarão R$ 110 milhões (US$ 50 milhões) na nova companhia, dos quais R$ 20 milhões (US$ 9.1 milhões) imediatamente e os R$ 90 milhões (US$ 40.9 milhões) restantes condicionados à renegociação da dívida - o que deve acontecer até 15 de julho, sob pena de cancelamento do negócio - mesmo modelo usado na Abyara.

Além dos R$ 110 milhões (US$ 50 milhões), a nova empresa irá incorporar dois projetos da Agra num total de R$ 44 milhões (US$ 20 milhões). Um deles, com dois terrenos, na Vila Leopoldina, que está 70% vendido, segundo a Agra, e o outro em São Bernardo, com dois projetos residenciais e um comercial, com cerca de 50% de vendas. Ambos serão entregues no final de 2010. "São projetos com ótimo resultado que geram receita imediata para a nova empresa", afirma Luis Roberto Horst.

Ontem, em uma operação independente, a Klabin Segall fechou a venda de 50% do empreendimento Serídó por R$ 50 milhões (US$ 22.7 milhões). Com isso, passa a ter um reforço imediato de caixa de R$ 70 milhões (US$ 31.8 milhões), que pode chegar a R$ 160 milhões (US$ 72.7 milhões). Os antigos sócios continuam à frente da Klabin até 2014. A Agra participará da gestão. Já a Veremonte, a exemplo do que fez na Abyara, fica fora da gestão e do conselho. A ideia é usar as sinergias entre as três empresas - Agra, Klabin e Abyara - e, criar uma estrutura única de administração. A Klabin é a única que tem construtora e atenderá as outras duas.