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Ajinomoto transforma o Brasil em base estratégica para aminoácidos

Valor Econômico - 24/09/2007

Depois de fazer investimentos da ordem de US$ 220 milhões nos últimos dez anos no Brasil, a divisão de nutrição animal da multinacional japonesa Ajinomoto transformou o país em sua principal base de exportação de aminoácidos. A companhia produz lisina e treonina, que são largamente utilizadas para o ganho de musculatura de aves e suínos. Com a demanda crescente por carnes no mercado global, a Ajinomoto enxerga uma grande oportunidade para que seus negócios no ramo deslanchem. Com 132 mil toneladas por ano, o Brasil já abriga a maior plataforma de produção de aminoácidos da empresa, mas com a estratégia traçada esse volume vai crescer. "Pretendemos quase dobrar a produção até 2010", afirmou Masami Kashiwakura, diretor da área de nutrição animal da multinacional no país, ao Valor. Líder mundial no mercado de aminoácidos, a Ajinomoto fatura R$ 1,3 bilhão (US$ 665,3 milhões) do Brasil, e a divisão de nutrição animal representa 30% desse total. O faturamento global da companhia é de cerca de US$ 11 bilhões, incluindo os segmentos de alimentos (temperos industriais), farmacêutico, cosméticos e fertilizantes. O mercado global de aminoácidos movimenta cerca de 1 milhão de toneladas, mas ainda é considerado um nicho. O Brasil representa cerca de 13% da produção mundial de aminoácidos. Com duas fábricas voltadas para o segmento de nutrição animal no interior de São Paulo - Valparaíso e Pederneiras -, o grupo é o maior produtor global de lisina e treonina, utilizados na fabricação de ração animal. Esses aminoácidos são extraídos da cana, por meio da fermentação do açúcar. Em Pederneiras, a produção de lisina atinge cerca de 60 mil toneladas. Em Valparaíso, além de 60 mil toneladas de lisina, a produção de treonina é de cerca de 12 mil toneladas. Apesar dos investimentos de US$ 220 milhões já feitos no país nos últimos dez anos, a Ajinomoto avalia novos aportes no Brasil para este segmento.