21/11/13 11h26

Alemã Sirona amplia estrutura no Brasil

Brasil Econômico

Fabricante de equipamentos odontológicos high tech investe em centro de treinamento e projeta faturar R$ 100 milhões em2014

Dois anos depois de iniciar sua operação direta no mercado brasileiro, a Sirona—fabricante alemã de equipamentos odontológicos — está ampliando sua estrutura no país. Com um aporte de R$ 5 milhões, a companhia inaugura no início de 2014 em São Paulo sua nova sede no Brasil. Desde a aberturada subsidiária, os investimentos locais somam R$ 30 milhões.

A mudança é resultado direto do ritmo de crescimento da empresa no mercado brasileiro. A projeção é que a operação local feche o ano com uma receita de R$ 70 milhões, oque representa um crescimento de 100% sobre o exercício anterior. O país representa hoje 70% dos negócios na América Latina e 4% do faturamento global. “Nossa estrutura atual já não era suficiente para atender às nossas necessidades no país”, diz Rodrigo Canelhas, diretor geral da Sirona para a América Latina.

Criada em 1997, a partir da compra de uma divisão odontológica da Siemens por investidores privados, a Sirona possui cinco linhas de produtos. Entre outras ofertas, o portfólio inclui máquinas de raio X e cadeiras odontológicas com sistemas multimídia.

O carro-chefe no Brasil são os sistemas CAD/CAM, que incluem uma câmera intraoral, um scanner, softwares e uma impressora 3D. Esses recursos permitem capturar, analisar e produzir dentes e materiais para um implante ou uma restauração, em questão de minutos. Segundo Canelhas, no modelo tradicional, esses processos exigem, em média, quatro visitas do paciente ao dentista.

O preço dessas soluções varia de R$50mil a R$275 mil. Esses valores já contabilizam uma reduçãode30% desde que a Sirona passou a operar no Brasil. “Até então, vendíamos—via distribuidores—uma máquina a cada dois meses no país. Hoje, temos um volume mensal de vendas de quinze equipamentos”, afirma Canelhas.

À parte do custo das soluções, o executivo elege outro fator como a principal barreira para escalar essas ofertas no país. “Nosso maior desafio é a resistência cultural dos dentistas, laboratórios e clínicas em adotar novas tecnologias. Por outro lado, temos muito espaço de crescimento”. A Sirona possui cerca de 1,5 mil clientes locais, diante de uma base estimada de 200 mil dentistas no país.

Como parte da estratégia para superar esse desafio, a nova sede abriga um centro de treinamentos, além de um show room, no qual a empresa vai centralizar boa parte das iniciativas para disseminar suas tecnologias. A estrutura vai concentrar 70% do investimento de R$ 8 milhões previsto para 2014.Emregiõesmais distantes, esse esforço será complementado por parcerias com universidades e institutos de pesquisa.

A ampliação da estrutura local—que hoje comporta uma equipe de 90 pessoas—também está nos planos. Até o fim de 2013, a previsão é contratar mais 20 profissionais. “Nossa projeção é ultrapassar R$ 100 milhões em receita em 2014”, afirma Canelhas. O executivo acrescenta que a empresa avalia, em médio e longo prazos, o investimento em fabricação local.