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Alfa Laval investe para crescer com o Brasil

Gazeta Mercantil - 10/09/2008

De olho no crescimento da indústria brasileira, a sueca Alfa Laval, fabricante de máquinas para controle de temperatura em processos industriais, resolveu apostar novamente no País. Criada há 125 anos, a empresa desembarcou no Brasil nos anos 50, acompanhando desde o nascimento do setor produtivo nacional bem como todas as suas crises. Mas nos últimos anos, viu a indústria voltar a florescer e quer aproveitar o bom momento. Para isso, está investindo na mudança e ampliação de sua fábrica, antes instalada na zona Sul de São Paulo e que agora mudou para uma área maior, de 11 mil m (cerca de 2 mil a mais que a anterior), e melhor localizada, na entrada da cidade. Além do valor aplicado na construção, investimento não informado pela empresa, a fábrica recebeu mais € 2,5 milhões em novos equipamentos, que ampliam a capacidade de produção em 50%. A área de serviços de suporte técnico e manutenção, correspondente a 20% do faturamento da Alfa Laval, também recebeu novas ferramentas e poderá atender ao dobro de solicitações a partir do ano que vem. O centro de serviços e manutenção da Alfa Laval tem tido forte crescimento na procura, de cerca de 14% ao ano. Mesmo assim, é a venda de equipamentos - equivalente a 80% da receita - que está puxando o rápido desenvolvimento da empresa. Neste ano, apontam para avanço de 30%, depois de já terem subido 50% no ano passado. "A América Latina, em geral, se tornou um mercado muito importante para nós, e especificamente o Brasil", disse o CEO mundial, Lars Renström, durante visita ao Brasil para inauguração da nova sede. A Alfa Laval, que iniciou suas atividades no século 19 com as primeiras máquinas para processamento de leite, produz hoje maquinários para ajuste de temperatura nos processos industriais, separação de substâncias e envase e bombeamento de líquidos. No Brasil, seus melhores resultados são provenientes de mercados aquecidos como petróleo e gás, sucroalcooleiro e indústria de alimentos e bebidas. Só no início deste ano, recebeu pedidos para projetos de etanol que somam US$ 13,5 milhões. Também neste ano já começou a receber as primeiras consultas de produtos para a equipagem de estaleiros e navios. A participação do Brasil ainda é pequena para a empresa, uma multinacional com receita de € 2,7 bilhões. O País colabora com 3% disso, mas, com o aquecimento acelerado nas vendas, deve aumentar sua fatia e já encabeça a lista dos mercados que mais crescem para a Alfa Laval, ao lado da Rússia, Índia e China, que, neste ano ultrapassou os EUA e se tornou o maior comprador. A fábrica paulista é a única na América Latina, e atualmente exporta pouco mais de 5% da produção para Argentina e Chile. Com a ampliação, pretende expandir para outros países da região.