28/05/14 15h42

Alta tecnologia à frente dos chineses

Jornal de Jundiaí

Em uma área arborizada de 125 mil m² às margens da rodovia Anhanguera, uma moderna construção integrando três prédios é sinônimo de inovação no mercado automotivo mundial. O Centro Tecnológico da Mahle em Jundiaí é o segundo maior do grupo em número de projetos, atrás somente da unidade alemã e à frente até mesmo dos chineses.

Com uma equipe de 300 profissionais, 200 deles com formação técnica e atuação na área de engenharia mecânica, o espaço é referência em predesenvolvimento e aplicação de tecnologia de ponta. Atualmente, pelo menos 150 projetos estão em andamento para gerar nova tecnologia e mais de 400 diferentes componentes para motores de carros estão em fase de aplicação.

A unidade jundiaiense é especializada em anéis de pistão e camisas de motor, que são peças para veículos leves e pesados. Entretanto, somente em torno de 5% a 8% das boas ideias se tornam, de fato, novos produtos para o setor automotivo. "Em 2013 lançamos nove produtos, geramos 120 ideias e, destas, decidimos por 37 projetos", enumera o gerente de inovação da Mahle, André Ferrarese. Em quase seis anos de funcionamento na cidade, o investimento da empresa já é superior a R$ 90 milhões.

Nos corredores da Mahle, os postos de trabalho são em laboratórios com tecnologia de última geração e em salas de testes com os mais diferenciados equipamentos. "Aqui não temos produção fabril, mas sim de ideias", ressalta Ferrarese, simplificando os atrativos jundiaienses para a multinacional investir por aqui quando resolveu construir um novo centro de alta tecnologia. "Jundiaí oferece qualidade de vida e tem uma localização excelente, entre as melhores rodovias do País. Até mesmo motores de navios são desenvolvidos pela equipe ´jundiaiense´ da Mahle. Somos a primeira empresa do ramo automotivo que mais aplica patentes no exterior", comemora o gerente da Mahle.

Mercado acirrado
O significado da palavra inovação, de acordo com Ferrarese, está diretamente atrelado ao aumento da competitividade para as empresas. "É agregar valor ao componente, contribuir para a redução de consumo do combustível ou reduzir emissão de gases poluentes", exemplifica, se referindo especificamente ao mercado automotivo.

Segundo Ferrarese, o desenvolvimento de novas tecnologias é responsável, por exemplo, pela produção de motores bem diferentes dos usados há duas ou três décadas. "Hoje, se comparamos com o passado, os motores já são 90% menos poluentes. São mais eficientes e é uma exigência do mercado", pontua. A médio e longo prazos, a nanotecnologia deve ser expressão de ordem para novos desenvolvimentos da empresa.

Estratégias mapeadas - O nascimento de uma boa ideia está ligado, de acordo com o gerente de inovação da Mahle, ao mapeamento das demandas do mercado. "É perceber como devem ser os motores do futuro", diz.

Melhorias nesse contexto envolvem quesitos como os já destacados por Ferrarese: redução de consumo de combustível, menos poluição atmosférica e ganhos em potência.

O desafio da equipe do Centro Tecnológico da Mahle é, constantemente, pensar como os motores podem ser mais eficientes e duráveis. E o processo de criação é longo até que a viabilidade de um desenvolvimento seja testada e aprovada. "Para veículos pesados, há testes que duram até três mil horas. Já veículos leves, em média, exigem testes de 600 a 800 horas", conta o gerente de inovação. As possibilidades se ampliam graças ao investimento constante da Mahle em alta tecnologia, infraestrutura e capacitação da equipe de ´pensadores´ em excelentes soluções.