15/12/11 15h42

Amazon entra no país com computação na nuvem

Brasil Econômico

Companhia de vendas pela internet coloca em operação dois data certers em São Paulo para atender a toda região da América do Sul

A Amazon, famosa pelo site de comércio eletrônico Amazon. com, inicia suas operações hoje no Brasil. Os primeiros passos da empresa no país serão por meio da Amazon Web Services (AWS), unidade de negócios cujo foco é o segmento de computação na nuvem. A AWS, criada em 2006, oferece infraestrutura como serviço, ou seja, na prática, as empresas podem pagar pelo uso de recursos computacionais, como capacidade de processamento e de armazenamento em servidores interligados via internet. “Estamos muito animados por lançar nossa primeira operação na América do Sul,em São Paulo.

Para a AWS, uma região é um conjunto de data centers instalados em um local em particular” explica Andy Jassy, vice-presidente sênior da AWS. Inicialmente, haverá dois data centers em São Paulo, mas Jassy espera que o número cresça com desenvolvimento do negócio. Eles atenderão clientes de toda a América do Sul, que será a oitava região geográfica da AWS no mundo.

Demanda de clientes
Mesmo antes de ter uma operação local, a AWS já contabilizava milhares de clientes na América do Sul, conta Jassy, como Peixe Urbano e Gol. A decisão de instalar os data centers no Brasil está ligada ao potencial do mercado e também à própria demanda dos clientes. “Quanto mais longe está um data center, mesmo conectado em fibra óptica, maior é o tempo para ter acesso aos dados. É a chamada latência, medida em milisegundos, mas que é crítica no caso de uma operação de comércio eletrônico, por exemplo”, diz Fernando Belfort, analista da consultoria Frost&Sullivan. Além disso, diz ele, por insegurança jurídica, muitas empresas se sentem desconfortáveis em deixar informações em data centers no exterior.

Jassy não divulga investimentos na nova operação e tampouco a expectativa de clientes para a região. Os números globais da AWS também não são abertos, mas o executivo prevê que a América do Sul - São Paulo, em particular – será uma das regiões mais lucrativas para a empresa. “A AWS pode ser pelo menos tão grande quanto nosso negócio de varejo, que é de US$ 30 bilhões de dólares anuais, com crescimento de 30% a 40% ao ano. A América do Sul pode serumadas nossas maiores regiões no mundo. Mas isso vai levar tempo”, diz.

Jassy reforça que a chegada no Brasil é uma decisão de longo prazo. “Esperamos que a América do Sul seja parte importante do nosso negócio nos próximos anos”, diz. Belfort prevê que a chegada da AWS vai mexer no mercado de empresas como Uol Host, Tecla e Locaweb, que têm ofertas de computação na nuvem. “A Amazon tem uma escala muito grande de clientes e uma margem pequena, por isso, ela vai querer muitos clientes, repassando preços agressivos. Mas ela vai ter que trabalhar sua marca, que é pouco conhecida no Brasil”, observa. “Eles vão focar primeiro em pequenas e médias empresas e em negócios iniciantes, que têm pouco conhecimento sobre tecnologia. O desafio também é educar esse público”, completa.


Sobre uma possível ampliação da presença da Amazon no Brasil, seja com o e-commerce ou com o leitor de livros digitais Kindle, Jassy diz não ter informações, mas ressalta que a empresa está “entusiasmada” com o país.