10/02/10 10h42

AmBev planeja investir US$ 1,08 bilhão para ampliar a produção no Brasil

Valor Econômico

João Castro Neves, presidente da AmBev (Companhia de Bebidas das Américas), tem muito trabalho para este ano. Em sua lista de tarefas estão dobrar a produção em pelo menos três fábricas que operam no Brasil, construir uma nova em folha, a ser inaugurada em 2011, e elevar a capacidade em várias outras, com recursos distribuídos em 13 dos 18 Estados onde funcionam 23 fábricas. Para isso, ele tem na manga a previsão do maior investimento em infraestrutura já feito pela companhia em um único ano: R$ 2 bilhões (US$ 1,08 bilhão).

Além da Copa do Mundo da África do Sul (de 11 de junho a 11 de julho), que pode trazer um aumento de vendas de 10% em relação a julho do ano passado, a empresa vem crescendo em ritmo acelerado. "No ano passado tivemos 7% de elevação no primeiro trimestre, depois mais 7% no segundo e 12% no terceiro", diz Castro Neves. Com os resultados do último trimestre, que serão anunciados em março, a AmBev sai de um ano de 2008 em que houve queda de 2,8% no volume vendido no Brasil para uma expansão em torno de 5%.

No ano passado, até o terceiro trimestre, a AmBev já havia vendido 71,3 milhões de hectolitros de cerveja no mercado brasileiro, com aumento de 7,5% em relação ao período de janeiro a setembro de 2008. O pico do crescimento deu-se em dezembro, quando até os fornecedores tiveram dificuldades em entregar os insumos necessários para a produção. Com um mercado tão promissor, só um fator pode jogar areia nos planos de expansão da AmBev: um aumento da carga tributária. "Estamos em negociação. Nossa meta é que não haja aumento", afirmou o presidente. Esse seria o melhor dos cenários para a empresa.

A América Latina teve comportamento oposto ao do mercado brasileiro. "O ano passado foi ruim por conta da crise na maioria deles. Tivemos fortes retrações, mas devemos publicar um resultado quase que empatando com o de 2008. Mas estamos otimistas de que em 2010 todos esses mercados irão se recuperar". A única exceção pode ser a Venezuela, cuja operação traz prejuízo à AmBev. O governo do presidente Hugo Chávez "não faz restrições diretas à AmBev", diz Castro Neves. Mas as importações estão cada vez mais restritas, o que atrapalha a produção.