01/08/08 16h32

Analistas esperam crescimento de até 6,7% na indústria no primeiro semestre

Valor Econômico - 01/08/2008

A atividade industrial brasileira encerrou o primeiro semestre com crescimento forte, mas mais moderado que no segundo semestre de 2007, quando a produção registrou incremento de 7,1%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para os primeiros seis meses deste ano, economistas estimam aumento entre 5,6% e 6,7% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Mesmo a previsão mais otimista indica uma ligeira redução no ritmo de expansão da produção industrial. Em junho, contudo, indicadores sinalizaram aumento da produção, compensando a queda de 0,5% registrada em maio na comparação com o mês anterior. A redução foi provocada sobretudo pelo menor número de dias úteis - 20 neste ano, ante média de 21 a 22 dias em anos anteriores - em função do feriado de Corpus Christi. Junho, por sua vez teve 22 dias úteis, dois a mais que a média. "O dado de junho vai ser inflado por essa diferença de dias e pela produção de bens de capital, que deve mais do que compensar a queda registrada em maio", avaliou Bráulio Borges, economista da LCA Consultores, que prevê para o mês aumento de 6,4% em comparação com junho de 2007, e de 2,8% sobre maio, com ajuste sazonal. Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também acredita que a produção de bens de capital será mais forte em junho, mas estima para o mês um incremento menor na produção da indústria, de 1% sobre maio. Para Vale, que estima para o primeiro semestre expansão de 6,7% na produção industrial e de 5% no ano, a política monetária mais apertada deve contribuir para a desaceleração da atividade industrial no terceiro e no quarto trimestres. A sondagem industrial, feita em 1.488 empresas e divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), confirma as previsões dos economistas. Conforme o levantamento, o indicador de evolução da produção ficou em 56,5 pontos no segundo trimestre, acima do registrado no primeiro trimestre (52,2 pontos) e no mesmo intervalo de 2007 (56,2 pontos). O nível de utilização da capacidade instalada foi de 77%, dois pontos percentuais acima do verificado nos três primeiros meses do ano.