18/01/11 11h21

Anhanguera vai voltar às compras

Valor Econômico

Com R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões) em caixa, a Anhanguera é uma das instituições de ensino mais cotadas para puxar a retomada da consolidação do setor de educação que deve acontecer em 2011. Nos últimos dois anos, o grupo educacional só promoveu uma compra, a carioca Plínio Leite, mês passado. A escassez de negócios não foi um fenômeno isolado da Anhanguera e sim de quase todo o setor, que promoveu grandes transações entre 2007 e 2008 e deve voltar às compras com força neste ano.

A Anhanguera, líder do segmento com cerca de 300 mil alunos, quer praticamente dobrar o número de campi, que terão capacidade para atender meio milhão de estudantes, até o final do próximo ano. A meta é crescer dos atuais 54 campi para 100, espalhados em todo o país e com isso deixar de ser uma instituição basicamente paulista. Dos 46 campi novos, 80% serão provenientes de aquisições - o que mostra o apetite da companhia. A expansão nacional é um dos três pilares de crescimento planejados pela Anhanguera para os próximos cinco anos. A companhia tem a seu favor o caixa de R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões). Desse montante, R$ 844 milhões (US$ 496,5 milhões) foram captados em dezembro via oferta de ações.

Outra forte aposta da Anhanguera é a tecnologia - área em que a empresa tem planos ambiciosos. Voltado para o público popular, o grupo educacional quer que seu conteúdo acadêmico chegue aos alunos não apenas pelos livros, mas também por meio de computadores, celulares, tablets e outros apetrechos tecnológicos. Não à toa, a empresa contratou em setembro para o novo cargo de CEO o ex-presidente do Google no Brasil, Alexandre Dias. Ele tem a missão de fazer com que a Anhanguera se diferencie das concorrentes pela sua plataforma tecnológica.

O terceiro pilar do plano de crescimento também está relacionado à tecnologia, com foco no ensino à distância. A meta é aumentar a fatia dos cursos de pós-graduação, livres e profissionalizantes na receita, que hoje é de 20%. Atualmente, a principal fonte de faturamento, que nos últimos nove meses somou R$ 1,1 bilhão (US$ 647,1 milhões), é a graduação. A meta é que em cinco anos essa fatia salte para 50%.