Aos 50, Borgwarner se prepara para aumento da demanda por turbos
Fabricante moderniza equipamentos das linhas de Itatiba (SP) para produzir mais em eventual pico de demanda no mercado local
Automotive BusinessA Borgwarner completa 50 anos de operações no país em 2025, um ano em que a empresa se encontra “arrumando a casa para o futuro”.
A expressão foi usada pela diretora geral da fábrica de Itatiba (SP), Melissa Mattedi, na quinta-feira, 24, para definir o atual momento da fabricante de turbos no mercado local.
“Queremos estar prontos para as demandas que virão”, disse a executiva, que inclusive está prestes a completar um ano à frente da unidade, sucedendo a Wilson Lentini.
BorgWarner enxerga expansão de turbos no Brasil
A respeito das demandas, Melissa disse que há uma maior chance delas terem a ver mais o com aumento de capacidade de produção local do que com a eventual fabricação de um novo produto no país.
“Ainda existe muito espaço para crescer no mercado de turbocompressores. No Brasil o turbo tem uma participação de cerca de 51% na produção de veículos novos. Na Europa é de cerca de 70%”, disse a executiva à AB.
Uma chance de aumentar a presença do componente no mercado, e por consequência gerar mais produção na Borgwarner de Itatiba, é a chegada de veículos leves híbridos de marcas asiáticas no país, afirmou a diretora.
Negociações de fornecimento com essas marcas, no entanto, ainda não ocorrem, disse. Por outro lado, a empresa trata de investir em melhorias internas para preparar suas linhas para um eventual aumento de produção.
A executiva afirma que no momento existe um processo de modernização dos equipamentos das linhas, como a compra de novas máquinas de usinagem e manutenção de outras que já operam em Itatiba.
Plano de corte de custos
Há também um processo de corte de custos, contou a executiva.
“As margens hoje são muito apertadas a ponto de não ser quase possível repassar custos ao preço final. Temos que cortar internamente, tornando a produção mais eficiente.”
A Borgwarner é hoje um dos principais fornecedores locais de turbos do mercado, para veículos leves e pesados, ao lado de outras empresas como a Garrett e a Mahle. Há também por aqui turbos de outras empresas, que são importados.
Ainda que tenha se estabelecido como uma relevante provedora do componente para o segmento de pesados nos seus primeiros anos de operação brasileira, o grande salto no Brasil veio quando passou a produzir turbos para veículos leves, na esteira dos motores três-cilindros da Volkswagen, por volta de 2015.
Com esse projeto, a empresa passou a ganhar espaço em outros clientes locais. Como a Stellantis, por exemplo, o que fez a Borg expandir o seu raio de ação no segmento OEM, o de equipamentos originais.
Logo depois, diversificou sua oferta com a realização de montagem final de kits de baterias para veículos pesados, na fábrica de Piracicaba (SP). Reflexo de uma tendência de desenvolvimento da Borgwarner em mercados mais desenvolvidos onde a empresa tenta se fortalecer no segmento de equipamentos para veículos elétricos.
“Não diria que estamos estagnados, mas consolidados com os projetos que atendemos. Nosso foco agora é se preparar para um crescimento ainda maior”, finalizou Melissa.