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Apesar da crise, 82% das empresas pretendem investir no país em 2009

Valor Econômico - 20/02/2009

Preocupadas principalmente com a incerteza na economia e, em menor medida, com a dificuldade de crédito e redução da demanda, ainda assim 82% das empresas no país pretendem investir em 2009. Mas os investimentos mudaram de objetivo: em 2008, as empresas investiram para aumentar a capacidade de produção. Neste ano, a maioria dos empresários dispostos a investir pretende aplicar o dinheiro no aumento da produtividade, na melhoria da qualidade do produto e no corte de custos. A tendência a investir no aumento da eficiência da produção não levará obrigatoriamente à redução de vagas na indústria, mas afetará a expansão do emprego, acredita o chefe da unidade de pesquisa da CNI Renato da Fonseca. Outra tendência marcante é o direcionamento da produção para o mercado interno. As empresas que se destinam prioritariamente ao mercado externo, que eram mais de 10% do total até 2005, e caíram para 4,6% no ano passado, agora em 2009 são apenas 3,3%. Vão dedicar-se prioritariamente ao mercado interno 73% das empresas (51% das grandes firmas) e apenas 24% pretendem fabricar igualmente para os dois mercados (só entre as grandes, esse percentual é de 40%).  A incerteza econômica poderá impedir total ou parcialmente os investimentos previstos para 2009, acreditam 75% dos empresários pesquisados pela CNI, que entrevistou 1,4 mil empresas entre 5 e 26 de janeiro. Para 43%, os investimentos podem se frustrar por reavaliação da demanda, e 19% atribuem ao custo do crédito os obstáculos aos planos de investimento (19%) também citam o crédito, mas sua escassez, como fator impeditivo aos investimentos. Numa demonstração d e que a crise tem efeitos desiguais, nove setores da indústria de transformação, além da indústria extrativa, apontam o aumento na capacidade produtiva como principal motivo para investir em 2009. Entre esses setores estão limpeza e perfumaria e dois setores que tiveram desempenho ruim na realização dos investimentos ano passado: borracha e farmacêuticos.O indicador criado para medir a adequação da capacidade instalada de produção mostra que, apesar dos investimentos previstos em ampliação, apenas as empresas nos setores farmacêutico e de minerais não-metálicos acreditam ter capacidade instalada abaixo das expectativas de demanda.