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Após fusão, Votorantim prevê novas parcerias e aquisições

Gazeta Mercantil - 17/09/2008

Firmado o acordo que unirá a Votorantim Celulose e Papel (VCP) e a Aracruz Celulose em um único negócio, uma equipe formada por representantes dos grupos Votorantim e Safra, sócios na holding que vai administrar a nova empresa, começa agora a avaliar detalhadamente as operações visando a integração. A expectativa é capturar sinergias equivalentes a R$ 4,5 bilhões (US$ 2,76 bilhões), considerando, principalmente, economia de custos, maior poder de negociação junto a clientes e a estrutura operacional, disse ontem o presidente da Votorantim Industrial, José Roberto Ermírio de Moraes. Juntas, as duas companhias têm capacidade para produzir 4,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com previsão de alcançar 7 milhões até 2010, e podem ir além, a 13 milhões. Entretanto, a definição dos projetos de expansão se dará com os trabalhos desse grupo de transição e integração e depende do desempenho do mercado, que tem dado sinais de enfraquecimento na demanda neste segundo semestre. Mas, para Ermírio de Moraes, a crise não deve inibir o desenvolvimento de países como China, Índia e Brasil. A China tem investido forte na produção de papel e impulsiona o mercado de celulose. Uma mudança nesse cenário, com taxas de crescimento mais modestas, pode estimular novas parceiras no processo de consolidação por que passa o setor, disse o empresário. Nesse caso, a fusão garante para a nova companhia musculatura para ser consolidadora nesse processo, no caso de celulose de fibra curta, negócio no qual somadas as empresas detêm 34% de participação do mercado global. O empresário destacou também a boa margem das companhias, cuja receita consolidada em 12 meses até junho último foi de R$ 6,3 bilhões (US$ 3,9 bilhões) para um Ebitda (geração de caixa) de R$ 2,3 bilhões (US$ 1,41 bilhão). No total do mercado de celulose, considerando todas as fibras, a participação somada de Aracruz e VCP é de 10%, informou Ermírio de Moraes. Questionado sobre a possibilidade de uma união com a Suzano Papel e Celulose, o empresário disse que "tudo é questão de oportunidade de mercado" e lembrou que as duas empresas já são sócias na Ripasa. O empresário disse que a Aracruz foi um primeiro passo com possibilidades de novas aquisições e parcerias no futuro.