29/05/08 11h34

Após pagar juros, país fica com saldo de US$ 4,12 bi até abril

Folha de S. Paulo - 29/05/2008

A arrecadação fiscal recorde nos quatro primeiros meses do ano foi suficiente para gerar superávit nominal de 0,76% do PIB -ou seja, após pagar todas as suas despesas incluindo os juros da dívida pública, União, Estados e municípios fizeram uma economia de R$ 6,8 bilhões (US$ 4,12 bilhões), melhor resultado da história. O resultado só não foi melhor porque as estatais federais tiveram déficit em abril, uma surpresa para especialistas. Já o superávit primário do quadrimestre -resultado antes do pagamento de juros- foi de 6,82% do PIB. Em abril, o superávit primário do governo foi de R$ 18,7 bilhões (US$ 11,3 bilhões), menor que em abril do ano passado, de R$ 23,5 bilhões (US$ 12,2 bilhões). Apesar do aumento de arrecadação, o déficit das estatais e a desvalorização cambial provocaram a queda. Como o país é credor em dólares (as reservas cambiais são maiores que a dívida externa), quando a moeda americana se desvaloriza em relação ao real, a dívida líquida sobe. Se não fosse pela depreciação cambial de 3,54% em abril, o superávit primário teria sido R$ 9,1 bilhões (US$ 5,52 bilhões) maior ou a dívida líquida teria caído 0,3 ponto. Em abril, a dívida líquida foi de 41% do PIB. Em 12 meses, o superávit primário do setor público soma 4,23% do PIB, ligeira redução em relação aos 12 meses até março, de 4,46%. O resultado nominal do período também foi deficitário, em 1,9% do PIB.