Aquecimento da economia vai garantir empregos no país

Brasil Econômico

A afirmação é do ministro Guido Mantega, que descarta a prorrogação do alívio fiscal para as montadoras

O aquecimento da economia, ao longo do segundo semestre deste ano, será suficiente para garantir a manutenção do atual nível de geração de emprego no país, mesmo após o fim do período de redução de alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que encerra no dia 31 de agosto. A medida foi tomada em maio para evitar demissões no setor automobilístico causada por umbaixo desempenho de venda de carros no país.

O Ministro da Fazenda, GuidoMantega, disse ontem que não cogita prorrogar o benefício porque considera improvável que o ritmo de abertura de postos de trabalho venha a cair. “Nós continuaremos gerando empregos e isto vai se acelerar no segundo semestre, eu diria mais para o final do ano, porque a economia brasileira está se aquecendo”, disse Mantega. “A fase mais difícil (de desaquecimento econômico) já passou.”

A avaliação de Mantega foi feita após reunião com o presidente interino da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, convocado para explicar focos de demissões que começam a aparecer em uma unidade de produção da General Motors. Segundo o ministro, trata-se de um caso isolado e que, nos resultados gerais do setor, há um saldo positivo de geração de empregos em relação ao número de demissões.

Crescimento
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), citados por Mantega, a indústria de automóveis criou, em junho, 1,9 mil postos novos de trabalho, resultado que bate com os dados divulgados pela Anfavea. No total de empregos do setor, a entidade aponta crescimento de 144,9 mil vagas, em maio, para 146,9 mil, no mês de junho. “Portanto foi cumprido o compromisso de não demissãoe até aumento de emprego”, afirma Mantega.

O ministro diz que não há perspectivas de novas demissões nos próximos meses porque as perspectivas de vendas de automóveis ainda são positivas. Em maio deste ano, quando o estímulo foi anunciado, a indústria havia vendido cerca de 280 mil veículos. O número cresceu para 352 mil, em junho, e a previsão é a de que setenha, em julho, o melhor resultado da série histórica para o mês. “Em julho, a previsão é que sejam vendidos 360 mil veículos, até agora já foram vendidos mais de 340, e se isso se confirmar será o melhor julho da série histórica.”

Expansão
Mantega disse que a expansão do nível de emprego também está garantida com a regulamentação do novo regime automotivo no país, previsto para vigorar a partir de janeiro de 2013. O regime vai planificar a alíquota de IPI para todas as empresas do Brasil e definirá descontos avaliados a partir de investimentos feitos no país, sejam eles em tecnologia ou na aquisição de autopeças. “Existe sim, umacordo de expansão do emprego, porque estamos falando de investimentos e novos procedimentos tecnológicos a serem adotados no país”, afirma Mantega.