27/04/10 11h01

ArvinMeritor planeja investir US$ 30 milhões

Valor Econômico

A fabricante americana de autopeças ArvinMeritor anuncia hoje um pacote de investimentos de US$ 30 milhões no Brasil, com o objetivo de ampliar a capacidade produtiva, incluindo uma nova fábrica de cardans (sistemas de transmissão) em Osasco (SP) e a participação no parque de fornecedores junto à unidade da MAN em Resende (RJ), e lançar novos produtos no mercado brasileiro.

A expansão leva em conta os prognósticos positivos para o segmento de caminhões no país - conforme o Sindipeças, a produção nacional deve crescer 32% em 2010 - e faz parte da estratégia global da companhia de concentrar os negócios no segmento de veículos comerciais. Segundo o diretor de vendas e marketing da empresa para a América do Sul, Sílvio Barros, os recursos serão desembolsados entre 2010 e o fim de 2011, quando entra em operação o parque de fornecedores em Resende. Na cidade fluminense, a montadora alemã MAN vai investir R$ 250 milhões (US$ 139 milhões) para produzir caminhões com marca própria - hoje, as unidades saem da fábrica com o selo da Volkswagen.

No projeto, que é tocado em parceria com a Maxion e a Suspensys (da qual é dona de 50%, em sociedade com o grupo Randon), a ArvinMeritor planeja investir cerca de US$ 10,5 milhões. O consórcio estima que o faturamento anual poderá chegar a R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões). Outros US$ 15 milhões do pacote serão aplicados em uma nova linha de cardans, que entra em operação no quarto trimestre no complexo industrial de Osasco, e lançamento de produtos no mercado nacional. Na unidade paulista, a ArvinMeritor ampliou recentemente a produção de eixos e abriu 260 postos de trabalho, de volta ao número de funcionários que tinha antes da crise. A área de pesquisa e desenvolvimento receberá aportes de US$ 5 milhões.

O otimismo com a operação brasileira, contudo, é acompanhado de uma preocupação de curtíssimo prazo: a capacidade de entrega por parte dos fornecedores, que não estão conseguindo acompanhar o crescimento da demanda. Segundo Barros, a companhia está importando determinadas peças para dar conta dos pedidos que tem em carteira. Nesse caso, garante, não é o câmbio favorável aos importados o principal fator para a iniciativa. "Hoje nosso índice está em torno de 70%. É difícil dizer para quanto vai, mas vamos ficar acima dos 60% (previstos em lei)", afirma o executivo. "Mas acreditamos que esse problema é pontual e será solucionado."