22/10/08 11h23

As chances de um Brasil tipo exportação

O Estado de S. Paulo - 22/10/2008

Este é um ano de celebrações na história do comércio exterior do Brasil. A primeira delas, em abril, foi o bicentenário da chegada da família real ao País e a decisão de abrir os portos às nações amigas. Ali começava a participação brasileira no que mais tarde seria conhecido como mercado globalizado. Outra data comemorada em 2008 são os dez anos da criação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex. Ainda que em diferentes situações e proporções, ambos os fatos tiveram importância marcante na disseminação dos produtos brasileiros no mercado internacional. As exportações nacionais têm aumentado, a pauta vem se diversificando e mais países integram a lista de parceiros comerciais. O roteiro do governo brasileiro foi bem extenso em 10 anos da Apex. Mais de 100 países, em todos os continentes, fizeram parte das 5 mil ações capitaneadas pela agência, entre feiras setoriais, missões comerciais e de prospecção, rodadas de negócios, eventos especiais e road shows. Para Alessandro Teixeira, presidente da Apex e da World Association of Investiment Promotion Agencies, a Waipa (entidade internacional que representa todas as agências de promoção comercial), apesar da esperada retração de consumo no mundo - resultado da crise econômica global -, há razões para otimismo. Principalmente para as empresas de menor porte, ter uma agência para fazer o meio de campo com o mercado internacional significa um apoio importante. É uma forma, por exemplo, de participar de feiras no exterior sem ter de gastar muito. Além de levar grupos de empresários brasileiros para os principais eventos fora do Brasil, a agência traz potenciais importadores para conhecerem a produção nacional. Segundo os dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, referentes a setembro, a região Norte foi a que teve maior taxa de crescimento das vendas para o exterior - alta de 36,8% sobre o mesmo mês do ano passado. Foi a melhor performance de expansão regional no período. Ainda segundo o Mdic, as exportações brasileiras totalizaram US$ 20,025 bilhões em setembro, uma alta de 22,1% na comparação com igual período de 2007. Já as importações subiram 39,5% e totalizaram US$ 17,263 bilhões. Apesar do crescente bom desempenho do Norte na pauta exportadora, a liderança continua com o Sudeste, que embarcou no mês passado US$ 11,023 bilhões, o equivalente a 55% das vendas internacionais brasileiras. São Paulo, sozinho, foi responsável por 27,62% das exportações nacionais no período (US$ 5,530 bilhões).