26/11/08 11h07

Ásia retoma contato e anima Gerdau e VCP

DCI - 26/11/2008

O telefone dos fornecedores brasileiros para o mercado asiático voltou a tocar na última semana para cotações de preços, o que pode ser um sinal de retomada da demanda. A afirmação foi feita por duas empresas de grande representatividade em seus setores, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) e a siderúrgica Gerdau. "Após mais de dois meses de silêncio, a China dá sinais de que começa a se mexer, eles começaram a ligar para fazer cotações", afirmou Marcelo Castelli, diretor de operações da VCP em entrevista ao DCI. Afirmação parecida foi feita pelo o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, que disse que clientes tradicionais da companhia já começaram a procurar a empresa, principalmente os do Oriente Médio, leste europeu e "alguns" na Ásia. "Em geral, os estoques no mundo já estão mais baixos", afirmou o executivo. A Vale é outra que aguarda a retomada dos pedidos para voltar à normalidade com sua produção. "Estamos atentos ao movimento do mercado", afirmou ao DCI, o gestor de publicidade corporativa da Vale, Marcelo Cunha. A retomada de pedidos de clientes externos somada ao câmbio favorável para a exportação pode elevar a vantagem brasileira no mercado internacional em meio à crise. Vantagem essa que já vem sendo reconhecida por multinacionais como a Microsoft e a Siemens. No caso da gigante norte-americana de informática, o Brasil tem hoje grande destaque dentre as subsidiárias, segundo a diretora de Marketing da Microsoft, Paula Bellizia. "O Brasil está entre as maiores filiais em importância, é uma das principais", afirmou a executiva. A alemã Siemens registra o destaque do Brasil em números, já que o país apresentou números positivos no término do ano comercial da companhia, que na Europa fechou o quarto trimestre fiscal com um prejuízo de 2.4 bilhões de euros (R$ 7.1 bi), afetado por itens não recorrentes. "O crescimento registrado no Brasil foi realmente excepcional", disse Pedro Heer diretor de Comunicação Corporativa. Em solo brasileiro, o coro que vem sendo ouvido no meio empresarial é o de que o momento é de cautela, que é preciso se ajustar à demanda e que 2009 será um ano mais difícil, mas ninguém - ao que parece - acredita que o Brasil seja atingido por uma recessão.