03/05/08 15h10

Aumenta espaço de marcas próprias nas redes de varejo

Folha de S. Paulo - 03/05/2008

Um dos mais eficazes instrumentos de fidelização da clientela usado pelos supermercados, as marcas próprias ganham mais um representante de peso neste mês, com o lançamento da Qualitá pelo Grupo Pão de Açúcar, segunda maior rede de supermercados do país. O objetivo é que os produtos tenham preço inferior, pelo menos, ao das duas marcas mais vendidas na categoria. A linha inicial terá itens da cesta básica, além de frutas e verduras. Até o final do ano, a marca vai englobar também higiene e limpeza, biscoitos, enlatados e congelados. Segundo Alexandra Jakob Santos, diretora de marcas exclusivas da empresa, há uma área técnica que trabalha com os fornecedores até chegar ao padrão adequado e, como já acontece em outras redes, há itens que são produzidos pelos mesmos fabricantes das marcas líderes. As redes não revelam a participação das marcas próprias no faturamento, mas, de acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), elas responderam, na média, por 7% das vendas no ano passado, contra 5,5% em 2006. Além dos produtos com o mesmo nome da rede, o grupo, que inclui também Extra, CompreBem, Sendas e Assai, já tinha a marca Taeq, voltada ao público das classes A e B. Líder no ranking brasileiro de supermercados, o Carrefour tem mais de 800 produtos com a marca da rede, considerando apenas os alimentares. Com a linha Viver, focada em hábitos saudáveis e dividida em seis categorias (diet, light, orgânicos, zero, funcional e soja), são outros 300. O objetivo é ampliar as vendas em 25% neste ano em relação a 2007. Terceira maior rede do país, o Wal-Mart Brasil tem 23 marcas próprias, das quais 15 são globais, como a Great Value. De acordo com a empresa, esse segmento cresce, em média, 25% ao ano e vende, em todo o mundo, US$ 126 bilhões. No Brasil, a expectativa de crescimento é de 20% em 2008. Pesquisa da LatinPanel feita a pedido da Abmapro (Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização) mostrou que há uma tendência de o consumidor brasileiro cada vez mais optar por esse segmento na hora de encher o carrinho no supermercado. Houve um aumento de 58%, em 2005, para 67%, em 2007, do número de domicílios em que os moradores afirmaram ter comprado mercadorias com o nome do próprio estabelecimento ou de uma marca mantida pelo varejista. Essa ampliação significa que, nesse período, 3,8 milhões de famílias passaram a consumir marca própria, chegando ao armário de 29,4 milhões de lares.