24/01/23 12h29

Aumento na procura mundial da carne de frango empolga produtores da região de Rio Preto

Mercado internacional tem demanda maior da carne de frango e produtores da região se animam com a produção de aves

Diário da Região

A produção brasileira de aves projeta uma demanda importante para o consumo de carne de frango e registra aumento significativo com a exportação. A estimativa é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e aponta que o Brasil, atualmente, segue responsável por 40% do comércio internacional de carne de frango. Para os produtores da região de Rio Preto, os dados fortalecem a cadeia produtiva e devem manter a procura por aves, apesar dos desafios com a economia global.

“Ainda que exista o risco de uma recessão influenciada por grandes potências econômicas mundiais, as perspectivas para o mercado brasileiro de avicultura continuam aquecidas, como já aconteceu em anos anteriores”, avalia Fábio Berti, produtor, com aviários na cidade de Tanabi.

Na análise do diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, o Brasil segue como um dos países líderes mundiais na exportação de carne de frango. “As exportações avícolas brasileiras têm crescido em níveis sustentáveis no mercado internacional. Somos líderes mundiais nas exportações de frango, e em 2022 batemos novo recorde”, afirma o diretor.

No levantamento da Associação, as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 4,8 milhões de toneladas ao longo do ano de 2022. O volume, segundo aponta a ABPA, é recorde histórico e supera em 4,6% o total exportado nos 12 meses de 2021, com 4,609 milhões de toneladas.

“Nenhum outro país no mundo chegou aos patamares de exportações nos quais estamos agora, responsáveis por quase 40% do comércio internacional de carne de frango”, diz Rua.

Entre os principais destinos de exportações, o levantamento da associação aponta a China como principal destino, com 540,5 mil toneladas importadas, entre janeiro e dezembro de 2022. Ainda conforme o levantamento da Associação, em segundo lugar, o destaque fica com os Emirados Árabes Unidos, que importaram 444,9 mil toneladas no ano passado.

Cenário desafiador

Além dos aspectos econômicos, o avicultor Fábio Berti ainda considera a questão da gripe aviária em muitos países produtores de aves de corte, pressionando a demanda maior pela produção brasileira de aves de corte, já que o Brasil nunca registrou casos da doença em seu território.

“As perspectivas das exportações brasileiras de carne de frango, em um mundo que começa a enfrentar problemas de abastecimento devido ao crescente número de casos de Influenza aviária, aumentam”, afirma.

No entanto, Fábio lembra que apesar de o Brasil não apresentar os problemas com a doença, é importante que todos os produtores tomem os cuidados e reforcem as medidas de segurança sanitária das granjas, para que a produção brasileira continue com qualidade e sem restrições de fornecimento da carne para outros países.

Genética avícola

Além do crescimento com as exportações de carne de frango, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que as exportações brasileiras com genética avícola (entre ovos férteis e pintos de um dia) totalizaram US$ 178,8 milhões em 2022. O aumento de receita é de 21% em comparação com o ano de 2021, na comercialização de materiais avícolas para melhoramento genético.

De acordo com Luís Rua, diretor de mercados da ABPA, o mercado brasileiro tem avançado como importante player do comércio global de genética avícola, atendendo mercados que têm enfrentado questões sanitárias e necessidade de recomposição de plantéis.

“Neste sentido, nos consolidamos, como plataforma mundial de genética avícola, com casas genéticas com tecnologia e sanidade de ponta. É o que ocorre com as empresas Cobb Vantress e Hy-Line, sediadas na região de Rio Preto, e que incrementam a balança comercial do País com produtos de altíssimo valor agregado”, afirma Rua. (CC)

Volume de frango nas granjas

O aumento da demanda por exportação reflete no volume de frangos nos aviários, segundo o produtor Renato Martins. O vazio sanitário é o período em que as granjas precisam cumprir, dentre as normas sanitárias, para fazer a limpeza do local, até o próximo ciclo, e assim, receber os pintinhos para a engorda.

“Notamos que estamos com um período mais curto do vazio sanitário, ou seja, os frigoríficos devem ter uma demanda maior pelas aves”, avalia.

Renato estima um volume entre 4% a 5% maior de frangos nas granjas de sua propriedade, no município de Onda Verde, e que deixam os aviários para o abate nos frigoríficos.

“É um termômetro para sabermos quando existe uma necessidade maior de aves. Sempre também lembramos que a carne de frango, além de mais barata em relação à carne bovina, tem garantido o maior consumo no mercado interno brasileiro”, destaca o avicultor ao comentar sobre o cenário positivo da produção de aves.

Júlio César Pavin Filho explica que atua na atividade da avicultura de corte em sistema de integração com o frigorífico, o que não fica explícito ao produtor o que será enviado ao mercado exportador.

No entanto, ele analisa que a produção de frango vem mantendo bom volume nos aviários que administra, em Monte Aprazível.

“A expectativa para a produção de aves é boa para este ano, já que integra a cadeia de alimentos, como uma das proteínas de excelente qualidade e com custo menor, quando comparada com outras carnes”, diz Júlio. Ele também ressalta que o setor está em sinal de alerta com relação aos casos de influenza aviária em outros países e que procura tomar todos os cuidados para manter a biosseguridade das granjas. (CC)

 

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