09/10/08 15h52

Aventura chega a SP para competir no mercado de musicais

Valor Econômico – 09/10/2008

O setor de entretenimento vai ganhar um novo concorrente. Em parceria com a dupla de diretores e produtores Charles Moeller e Cláudio Botelho, o empresário carioca Luis Calainho está montando a Aventura, uma produtora de grandes musicais. Já no primeiro semestre de 2009, a empresa leva a São Paulo a montagem de "A Noviça Rebelde", no Teatro Alfa; e "Beatles num Céu de Diamantes" no Teatro CopaAirlines, no Shopping Eldorado. Calainho não revela valores de investimentos previstos, que geralmente são feitos com capital próprio e patrocinadores, mas só na "Noviça Rebelde", o investimento foi de R$ 9 milhões (US$ 4,1 milhões), sendo que, de acordo com ele, o faturamento da produção deve fechar em R$ 15 milhões (US$ 6,8 milhões) num período de 12 meses. "Estamos muito confiantes no sucesso da Aventura", diz ele, que terá ainda como sócios Aniela Jordan, Beatriz Braga e Mônica Lopes. Com a empresa, ele espera entrar diretamente no nicho que hoje é ocupado pela T4Fun, ex-CIE, empresa que investe em produção de shows e grandes musicais. A dupla de sócios Moeller e Botelho começou a montar musicais há quase dez anos, sempre com os dois assinando a direção, roteiro e adaptação, inclusive das canções para o português. Com a Aventura, as produções ganham novo impulso. "Levaremos as peças para turnê internacional, 'Noviça Rebelde' deve ir para América Latina e 'Beatles' talvez para a Ásia ou off broadway", planeja Calainho. Executivo da Sony Music de 1991 a 2000, Calainho deixou a gravadora para montar a L21 Participações, uma 'holding' que investe em entretenimento e comunicação. Com isso, Calainho tem hoje 28 diferentes sócios em oito negócios, duas das principais rádios cariocas, além do portal jovem Vírgula, do site Ticketronics, do projeto Oi Noites Cariocas e do teatro Oi Casa Grande. "Desde o começo meu projeto é ter um formato multiplataforma, ou seja, investir em participações minoritárias de negócios que se comunicam entre si", explica. Para Calainho, sem dúvida a crise de crédito na maior economia do planeta gera incertezas, o que eventualmente pode gerar algum tipo de reflexo em investimentos. Porém, ao que tudo indica, o Brasil tem demonstrado ter condições para enfrentar este momento, especialmente porque nosso sistema financeiro não está contaminado com essas operações. A Aventura, até o momento, não sentiu nenhum tipo de retração por parte dos patrocinadores.