25/02/10 14h06

Azul prepara-se para nova guerra tarifária

Valor Econômico

A Azul Linhas Aéreas, que alçou o posto de quarta maior companhia aérea brasileira em menos de um ano, em 30 dias vai lançar um produto voltado para a nova classe média e em até cinco anos quer iniciar operações na América do Sul. Quem revela os planos da empresa é o fundador e presidente do conselho de administração da Azul, David Neeleman, que já separou 25% da receita prevista para este ano para enfrentar uma nova guerra tarifária.

Na terça-feira, durante reunião com diretores da Azul, Neeleman deu mais um sinal de como pretende incomodar a concorrência. Decidiu ampliar de 30 para 60 dias o prazo de validade de um produto, que nasceu na americana JeBlue, fundada por ele há 10 anos. Por R$ 899 (US$ 486), o passageiro pode viajar em dois meses quantas vezes quiser entre os 17 destinos atendidos pela Azul a partir de Campinas, a cidades como Rio e Salvador. Em sua primeira versão, em outubro, o "passaporte" custava R$ 499 (US$ 270) e permitia viagens por um mês. Em poucos dias, a cota total do produto, de 3 mil unidades, foi vendida.

Na sede da companhia, em Alphaville, região metropolitana de São Paulo, Neeleman disse ontem ao Valor que a Azul está preparada para uma nova guerra tarifária em 2010 e que "não precisa de dinheiro". Disse que a Azul vai lucrar em 2010 e que terá o equivalente a mais de 25% da receita no caixa.

O executivo disse que recentemente investiu US$ 15 milhões na compra de um simulador de voo dos modelos Embraer 190 e 195, que fazem parte da frota da companhia. A meta é comprar o segundo equipamento quando a Azul tiver 40 aviões. Ontem, a empresa recebeu a 15ª aeronave. Até o fim de 2010 serão 21 unidades, num investimento de US$ 250 milhões.