25/06/08 15h05

Biotecnologia entra no foco da Bristol no Brasil

Gazeta Mercantil - 25/06/2008

Ele é colombiano naturalizado norte-americano. Mas se dissesse que é mineiro não causaria nenhum espanto. Há sete meses Francisco Hidalgo assumiu, sem nenhum alarde, a presidência da Bristol-Myers Squibb no Brasil trazendo na bagagem a missão de implantar também por aqui o reposicionamento adotado mundialmente pela companhia norte-americana e que vai conduzi-la pelo caminho da biotecnologia. "Desde que cheguei aqui enfrento o desafio de uma nova etapa que vai tornar a Bristol uma biofarma", afirma o executivo. A idéia, segundo ele, não é abandonar os sintéticos tradicionais, como Naldecon, Dermodex e tantas outras marcas, que lhe trouxeram o reconhecimento e colocaram a corporação entre as maiores fabricantes mundiais. A aposta, no entanto, é incluir a biotecnologia em seu portfólio, assim como seus concorrentes estão fazendo em busca da sobrevivência. Para isso, a Bristol deve gastar US$ 2,5 bilhões só este ano em pesquisas, 19% a mais que no último ano. O valor é equivalente a 11,4% do faturamento global da companhia, de US$ 22 bilhões. Tudo isso para manter o forte ritmo de lançamento de produtos, de dois a três novos medicamentos por ano. Essa reformulação incluiu a mudança do time de representantes, que precisava levar mais do que apenas folhetos e amostras grátis em suas maletas durante as visitas aos médicos. O perfil do novo representante precisava ser menos vendedor e mais técnico. Como uma alteração puxa outra, a equipe de marketing também foi modificada e passou a incluir em seus projetos o relacionamento com governo, área estratégica que hoje já representa 20% dos negócios da companhia no Brasil. Para incluir o País nas pesquisas, a Bristol investirá este ano US$ 22 milhões na subsidiária, 22,2% acima do aplicado em 2007. Para 2009, a expectativa é atingir a marca de US$ 30 milhões. No total, a empresa espera faturar no Brasil US$ 320 milhões este ano, cerca de 10% a mais que em 2007. O crescimento já está calcado nos novos produtos biotecnológicos, especialmente os indicados para artrite reumatóide, grande aposta da Bristol que acaba de ganhar uma fábrica exclusiva nos EUA no valor de US$ 1,2 bilhão.