04/11/20 13h41

Birigui tem crescimento de 40% na criação de produtos e patentes

Folha da Região

O município de Birigui tem tido um desempenho significativo na busca por registros de novas patentes. Os dados são INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). De acordo com dados do órgão, o município tem se evidenciado no crescimento da demanda por registro de novos produtos, novas tecnologias, designs, software e outras propriedades industriais.

Segundo o Instituto, Birigui teve um crescimento de 40,8% na demanda de registro de contratos de tecnologia, marcas, patentes, desenho industrial e programa de computador, passando de 125, em 2017, para 176 solicitações, em 2018. A cidade acumula 2.166 demandas no INPI entre 2000 e 2018.

Analisando em detalhe, os dados de registro nota-se que os dois destaques principais foram para os depósitos de patentes, cujo crescimento foi de 200%, passando de 2, em 2017, para 6, em 2018 e o depósito de marcas que aumentou de 113 para 158 no mesmo período, resultando em um crescimento de 39,82%.

O levantamento das informações nas bases de dados do INPI foi realizado pelo professor e economista, Marco Aurélio Barbosa de Souza, pesquisador da área de economia local e regional.

Souza explica que em um contexto de acirramento da concorrência nacional e internacional e disputa constante pelo aumento da competitividade tornou-se essencial para a sobrevivência das empresas a ampliação de seus investimentos no desenvolvimento tecnológico e em inovações.

Para o pesquisador, o destaque da cidade de Birigui se deve ao seu perfil econômico e a presença de uma estrutura produtiva industrial, que atualmente é formada por 2.569 empresas. E a indústria é a grande demandante de solicitações no INPI.

Além do APL (Arranjo Produtivo Local) calçadista e de sua cadeia produtiva, o município conta com a presença de empresas do setor de confecção e vestuário; têxtil; fabricação de papel e papelão; máquinas e equipamentos; móveis, produtos alimentícios; metal; produtos de borracha e material plástico; aquecedores solares; metalurgia; madeiras; químico, entre outros.

MÊS DA CIÊNCIA

Outubro foi o mês nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação e momento de intensificação das discussões sobre o papel da indústria brasileira no pós-pandemia tendo em vista o processo de desindustrialização que vem passando o país nos últimas décadas.

Outra preocupação é a especialização regressiva das exportações, cada vez mais concentrada em commodities agrícolas e metálicas, conforme estudo recentemente publicado pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Para instituições especializadas no estudo da indústria nacional com o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) a indústria é uma das principais alavancas do processo de desenvolvimento econômico e setor estratégico e essencial para melhoria da renda per capita ao longo do tempo. Dessa forma, sem a presença da indústria o Brasil não conseguirá se aproximar aos níveis de qualidade de vida do chamado mundo desenvolvido. O exemplo da Coreia do Sul é enigmático nesse sentido.

“Neste contexto, a cidade de Birigui, cuja economia é reconhecida nacionalmente pela força de sua indústria, é um exemplo de uma industrialização bem sucedida realizada em um município de médio porte e com investimentos de empreendedores locais”, destaca o pesquisador.

Marco Aurélio também enfatiza que além disso, nesse momento de retomada do crescimento econômico pós-pandemia, a economia de Birigui apresenta resultados animadores do ponto de vista da empregabilidade.

“São quatro meses seguidos de saldo positivo no mercado de trabalho tendo como principal destaque os empregos gerados no setor industrial, sendo que em setembro o município foi o maior gerador de saldo de empregos entre os maiores da região, com 741 postos de trabalho”, disse.

TERMÔMETRO

O investimento no desenvolvimento e no registro de novos produtos, novas tecnologias, designs, softwares e outras propriedades industriais é fundamental para o desenvolvimento empresarial e o dinamismo das economias locais.

Neste contexto, acompanhar ao longo do tempo o registro de propriedades intelectuais das empresas sediadas nos municípios é uma métrica importante para avaliação do dinamismo e da capacidade de invenção das empresas e do sistema produtivo local.

Para auxiliar nesse processo e realizar o acompanhamento dos dados municipais o INPI disponibiliza um conjunto de indicadores de propriedade intelectual que permitem acompanhar as flutuações e a tendência das atividades de invenção no Brasil.

fonte: https://www.folhadaregiao.com.br/2020/11/04/birigui-tem-crescimento-de-40-na-criacao-de-produtos-e-patentes/