24/09/10 15h03

Blackstone negocia compra de participação no Pátria Investimentos

O Estado de S. Paulo – 24/09/10

O fundo de investimentos americano Blackstone deve anunciar na próxima semana a compra de uma participação na gestora de recursos Pátria Investimentos. A aquisição de parte do Pátria será a porta de entrada de um dos maiores fundos de investimentos do mundo no Brasil. O Blackstone tem uma aliança estratégica com o Pátria desde 2004. Mas, até hoje, não tinham feito nenhum negócio em conjunto. Depois da crise financeira global, que debilitou também essa indústria nos mercado maduros, o Brasil ficou atraente para o Blackstone.

Em parceria com o Pátria, desde o começo deste ano o fundo já vem prospectando empresas locais, de capital aberto, dos setores de óleo e gás, mineração e agronegócio, onde o Brasil tem vantagens competitivas. Está interessado em comprar participação em multinacionais brasileiras que possam fazer a consolidação em seus setores. Fundado em 1985 por Steve Schwarzman com um patrimônio de apenas US$ 400 mil, o Blackstone é um dos ícones do capitalismo americano. Nos Estados Unidos, Schwarzman é chamado de "o novo rei de Wall Street".

O Blackstone costuma surpreender as pessoas pelo tamanho dos seus negócios. O fundo esteve por trás de sete das 25 maiores aquisições feitas com dívida na história. Há quatro anos, pagou US$ 38,9 bilhões pela Equity Office Properties, a empresa de propriedades do investidor americano Sam Zell. Com a crise, o tamanho dos seus negócios mudou. Em agosto, anunciou a compra da empresa de energia Dynegy por cerca de US$ 5 bilhões. Foi o maior negócio feito com dívida no ano, mas muito distante dos valores de antes.

Apesar de a crise ter sido um desastre para os fundos de private equity, o Blackstone foi um dos que tiveram o melhor desempenho nessa indústria nos últimos dois anos, garantido pela abertura de capital em 2007, segundo seus executivos. O portfólio do Blackstone tem empresas como a cadeia de hotéis Hilton, comprada em 2007 por US$ 26,7 bilhões, e a operadora de telefonia alemã Deutsche Telekom, comprada há quatro anos por US$ 3,3 bilhões.