09/03/12 13h01

Blue Tree assume hotel próximo a Congonhas

O Estado de São Paulo

Rede hoteleira de Chieko Aoki substitui a Atlantica no terceiro maior hotel de São Paulo, após perder unidade dos Jardins

A rede hoteleira Blue Tree assume em abril a operação do complexo hoteleiro Airport Hotels & Airport Suítes, no bairro Campo Belo, em São Paulo, próximo ao Aeroporto de Congonhas. A companhia da empresária Chieko Aoki venceu 13 concorrentes e substitui a Atlantica Hotels, que opera o empreendimento há dez anos com a bandeira Quality.

O conjunto de edifícios de 22 andares que somam 528 apartamentos passará a se chamar Blue Tree Premium Congonhas e receberá investimentos na renovação das instalações, que integram o orçamento de R$ 56 milhões que a companhia pretende aplicar este ano nas outras 23 unidades da rede em todo o País.

A conquista do novo empreendimento reposiciona a presença da rede em São Paulo, depois da perda do Blue Tree Jardins para o grupo americano Wyndham, que converteu o imóvel de 64 quartos da Alameda Santos para a bandeira Ramada em janeiro.

"Fizemos um reposicionamento do nosso portfólio. Estamos avaliando o que agrega mais valor. Temos vocação pra empreendimentos de peso e uma carteira de clientes corporativos que cobra presença e espera muito de nós", disse Chieko. Ela explicou que a chegada ao bairro Campo Belo é parte da estratégia da companhia de focar no segmento de luxo para executivos, que inclui os investimentos na renovação de toda a rede. Segundo a empresária, a Blue Tree registrou um lucro de R$ 98,8 milhões em 2011, alta de 20% em relação a 2010. Ela espera uma elevação do faturamento de R$ 255,5 milhões em 2011 para R$ 320 milhões em 2012.

Chieko vê Copa e Olimpíada como vitrines do turismo do Brasil, mas a Blue Tree segue mesmo o rastro dos negócios. Lançou este ano projetos em Barueri (Alphaville), Sorocaba (que recebe uma fábrica da Toyota) e no polo agrícola de Valinhos, que abrem as portas em 2014. O agronegócio levou a rede a Rio Verde, em Goiás, onde abre este ano.

Ao mesmo tempo, a Blue Tree defende a presença em São Paulo, onde já tinha 1,7 mil de seu total de 4 mil quartos. Chieko não gostou nada de perder a unidade dos Jardins, mas diz que a disputa cada vez mais acirrada por imóveis no aquecido setor hoteleiro já está em sua rotina. "Quem tudo quer, nada tem."

Para ela, São Paulo ainda comporta hotéis de luxo. O Blue Tree junto a Congonhas será reposicionado num padrão mais sofisticado, para atrair reuniões e executivos que temem o trânsito após desembarcar na cidade. "É o terceiro maior hotel de São Paulo, numa região atraente para eventos e com um mercado corporativo sem opções", diz.

Rafael Guaspari, vice-presidente de Desenvolvimento da Atlantica, lamentou a perda. "Fizemos uma boa proposta, mas decidiram que era hora de mudar. Os critérios não foram só hoteleiros. Tínhamos a maior diária média. Renovamos 11 contratos nos últimos seis meses."