13/02/10 10h58

BM&FBovespa quer ser 2ª maior bolsa global em 2012

O Estado de S. Paulo

De olho na vice-liderança mundial das bolsas, a BM&FBovespa incrementou a parceria com o CME Group e espera reforçar sua presença tanto nas negociações de alta frequência de grandes players mundiais quanto no varejo. "Até o fim de 2011, início de 2012, vamos buscar ser a segunda maior bolsa de valores do mundo", disse a jornalistas ontem o presidente-executivo da instituição, Edemir Pinto, ao detalhar o investimento de US$ 620 milhões para elevar, de 1,8% para 5%, a participação no capital total da CME, num valor equivalente a US$ 1 bilhão.

Atualmente, a BM&FBovespa ocupa a terceira posição no ranking, atrás do próprio CME Group e da Hong Kong Exchanges & Clearing em valor de mercado. A expectativa da bolsa brasileira é que o incremento da participação ajude a última linha do balanço da BM&FBovespa, via equivalência patrimonial, informou Carlos Kawall, vice-presidente financeiro. Ele também explicou que entre as opções para financiar o acordo está a captação de recursos no mercado doméstico ou mesmo internacional. "Deve ser alguma alternativa de renda fixa, isso também melhora nossa estrutura de capital, que hoje é totalmente em equities", disse.

Segundo Pinto, a bolsa teria caixa próprio para o pagamento, mas o funding deve vir mesmo de um mix entre esses recursos e dívida. "Está afastada qualquer possibilidade de emissão primária de ações para financiar os custos." O negócio envolve uma série de cooperações em tecnologia, com investimentos de cerca de US$ 175 milhões pela BM&FBovespa em 10 anos. A cifra inclui transferência de licenças perpétuas e propriedade intelectual pelo CME Group. A parceria tem prazo inicial de 15 anos e, a cada cinco anos, haverá uma análise para realinhamento das estratégias.

O executivo citou que os três principais segmentos para os quais a bolsa brasileira está olhando são: abrir o mercado local para o investidor de varejo internacional; atrair grandes players globais, principalmente os que trabalham com alta frequência; e fornecimento de serviços e know-how para mercados de países em desenvolvimento, como os da América Latina.