25/11/09 11h16

BNDES bate em outubro a meta de empréstimos de 2009

O Estado de S. Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou, até outubro, R$ 107,5 bilhões (US$ 62,5 bilhões). Com o volume de recursos contratados, bateu a meta prevista para o desempenho de 2009. "No início do ano tínhamos uma meta otimista, que foi levada ao Conselho de Administração, de elevar em 15% os desembolsos este ano, passando de R$ 92,5 bilhões (US$ 53,8 bilhões) para R$ 106 bilhões (US$ 61,6 bilhões). Em outubro, o acumulado do ano já ultrapassa esse volume, o que demonstra que as decisões de investimentos das empresas são positivas e foram apenas postergadas no início da crise", afirmou Gabriel Visconti, chefe do Departamento de Orçamento do banco.

A expectativa da instituição é de que o ritmo de empréstimos continue acelerado, considerando o nível dos pedidos de financiamento. Essas consultas atingiram em outubro quase R$ 12 bilhões (US$ 7 bilhões) e acumularam R$ 206,4 bilhões (US$ 120 bilhões) em dez meses. As liberações em 12 meses já somam R$ 128,2 bilhões (US$ 74,5 bilhões), quase 50% a mais do que os 12 meses anteriores, informou o banco.

Visconti reconhece que parte do "boom" de liberações do BNDES tem relação com um recuo das instituições privadas de crédito durante a crise. Os prazos foram reduzidos e os bancos elevaram as taxas de juros. O executivo salienta que a atitude agressiva dos bancos oficiais garantiu a continuidade do investimento. O executivo destaca a boa performance do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado em junho e que termina em setembro. A linha é voltada basicamente ao segmento de bens de capital, um dos últimos a reagir à crise econômica. A carteira do PSI, que já alcança R$ 20 bilhões (US$ 11,6 bilhões), desembolsou até agora em torno de 60% dos recursos, mais da metade para a aquisição de bens de capital e o restante para exportações. Visconti não quis fazer estimativas sobre o volume que o banco deve desembolsar este ano. Mas, no fim do mês passado, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, já projetava R$ 130 bilhões (US$ 75,6 bilhões).