11/05/08 10h36

BNDES destinou US$ 3,8 bi em 2 anos para fortalecer empresas nacionais

O Estado de S. Paulo - 11/05/2008

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou nos últimos dois anos pelo menos R$ 7,7 bilhões (US$ 3,8 bilhões) para operações de fortalecimento e formação de grupos nacionais mais robustos. As operações deram-se, basicamente, com a entrada no capital de empresas e financiamentos para empresas de variados portes tornarem viáveis aquisições. Os setores foram os de telecomunicações, carnes, farmacêutico, aeronáutica e engenharia, dentre outros. O levantamento foi feito pelo Estado com base no anúncio de operações feitas pelo banco neste período. As operações seguem o que o próprio presidente da instituição de fomento, Luciano Coutinho, costuma chamar de "novo paradigma" de nacionalismo. Um modelo em que, segundo ele, diferentemente do passado, não se busca produzir artificialmente o desenvolvimento empresarial. Mas em áreas estratégicas, em operações consistentes, com retorno - e sem discriminar o capital estrangeiro, prega o banco. A lista dessas operações inclui desde a bilionária entrada no capital da Bertin, que atua principalmente na agroindústria e outras áreas, até a relativamente pequena Mectron, uma fornecedora do setor aeronáutico. Apenas em 2007, o resultado das participações societárias do banco somou R$ 5,497 bilhões (US$ 2,85 bilhões). Desse total, R$ 3,224 bilhões (US$ 1,67 bilhão) foram em resultado de venda de participações, R$ 1,407 bilhão (US$ 729 milhões) em dividendos e R$ 981 milhões (US$ 508,3 milhões), de equivalência patrimonial. No setor farmacêutico, uma das linhas do banco prevê, claramente, a consolidação de grupos nacionais. Segundo o banco, a linha Profarma-Reestruturação envolve "operações de incorporação, aquisição e fusão de empresas que resultem na criação de empresa de controle nacional de maior porte ou verticalizadas".