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BNDES e Finep têm pressa em liberar recursos para inovação

Valor Econômico - 26/11/2007

As duas principais agências do governo para financiamento à inovação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) estão ampliando as liberações de recursos, mas ainda vão precisar aumentar muito mais para dar conta dos R$ 42 bilhões (US$ 24,14 bilhões) que o governo pretende liberar com esse objetivo até 2010. O valor representa as inversões previstas no Plano Nacional de Ciência e Tecnologia, o chamado PAC Tecnológico, lançado na semana passada. A soma dos desembolsos das duas empresas estatais para este ano, incluindo as liberações da Finep para instituições de estudos científicos e tecnológicos, devem ficar abaixo de R$ 3 bilhões (US$ 1,72 bilhão). Finep e BNDES estão criando um comitê para ampliar a articulação das suas ações. O número de R$ 3 bilhões (US$ 1,72 bilhão) pode parecer pequeno diante da meta de R$ 42 bilhões(US$ 24,14 bilhões), mas nas duas instituições os desembolsos estão em franco crescimento. As linhas Inovação PD&I e Inovação Produção, do BNDES, criadas em fevereiro de 2006, que no primeiro ano desembolsaram juntas apenas R$ 5,6 milhões (US$ 2,6 bilhões) (totalmente para a Inovação Produção), até outubro deste ano já liberaram R$ 120 milhões (US$ 69 milhões), sendo R$ 18 milhões (US$ 10,34 milhões) para a de PD&I. As duas linhas tinham, entre projetos já contratados e em tramitação, R$ 583,6 milhões (US$ 335,4 milhões) em carteira até outubro deste ano. Os desembolsos totais do banco para inovação, quando somadas às duas primeiras linhas as do Profarma PD&I (inovação no setor farmacêutico) e Prosoft Empresa (inovação na área de software), somaram até outubro R$ 452 milhões (US$ 259,8 milhões), ante R$ 259,6 milhões (US$ 119,24 milhões) em todo o ano de 2006. A carteira ativa do banco somava até outubro R$ 1,23 bilhão (US$ 706,9 milhões). A chefe do Departamento de Políticas e Programas do BNDES, Helena Tenório, disse que os números não estão incluindo uma série de outros programas do banco voltados para pesquisa e inovação, como participação no capital de empresas, diretamente ou via fundos, e também recursos não-reembolsáveis. Segundo os técnicos do BNDES, o aumento dos desembolsos está associado, especialmente, ao amadurecimento das linhas e à retirada de obstáculos para agilizar os processos de aprovação. Os desembolsos da Finep também estão em expansão. Em 2006, os desembolsos da empresa ficaram próximos a R$ 1,5 bilhão (US$ 689 milhões), sendo R$ 516 milhões (US$ 237milhões) reembolsáveis. Para este ano, segundo o seu presidente, Luís Fernandes, o valor vai chegar a R$ 2,15 bilhões (US$ 1,24 bilhão), sendo R$ 550 milhões (US$ 316,1 milhões) em operações de crédito, R$ 1,15 (US$ 661 milhões) para desenvolvimento científico e tecnológico e R$ 450 milhões (US$ 258,6 milhões) na modalidade de subvenção a empresa.