01/03/10 10h45

BNDES e fundos devem financiar "superelétrica"

Folha de S. Paulo

O Palácio do Planalto já começou a montar a operação financeira e societária para a criação da "superelétrica" a ser comandada pela empreiteira Camargo Corrêa. O governo quer que os fundos de pensão das estatais e o BNDES injetem recursos na nova empresa. Pelo formato avalizado pelo Planalto, a CPFL (controlada pela empreiteira) será a cabeça da companhia. Num primeiro momento, incorporaria a Neoenergia, na qual a Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil) e o próprio BB têm a maior parte do capital votante. Depois, já capitalizada, a elétrica compraria a Brasiliana (holding controladora de Eletropaulo, AES Sul e AES Tietê). Assim, conforme a Folha antecipou no mês passado, seria criada uma gigante no setor, com mais de um terço da distribuição de energia no país. Cálculos preliminares apontam a necessidade de R$ 15 bilhões (US$ 8,3 bilhões) a R$ 17 bilhões (US$ 9,4 bilhões) para a aquisição da participação majoritária nas duas empresas.

Analistas de mercado avaliam que a operação faz todo o sentido para a Previ. Ela também é sócia da CPFL, o que gera conflito de interesses devido à sua participação na Neoenergia. Com a fusão das duas, a Previ integraria o bloco de controle da nova companhia a partir da CPFL, que continuaria sob o comando da Camargo.

Um dos mecanismos estudados pelo governo para viabilizar as transações é a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), cujos cotistas seriam principalmente os fundos de pensão -Previ, Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal)- e a BNDESPar, braço de participações do BNDES. O FIP faria parceria com a CPFL na compra das outras duas elétricas.