19/07/10 12h05

BNDES investe em fundos ambientais

Folha de S. Paulo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faz planos para fomentar o mercado de fundos ambientais. O banco está investindo R$ 389 milhões (US$ 216,1 milhões) em três fundos voltados para empresas de energia renovável, reflorestamento e projetos que possam gerar créditos de carbono (certificados que indicam a redução na emissão de gases do efeito estufa e que podem ser negociados no mercado internacional). Segundo Otávio Lobão, chefe do departamento de Operações de Meio Ambiente do BNDES, o banco já tinha empréstimos nos moldes tradicionais para esses segmentos, mas identificou a necessidade de aportar capital por meio da compra de participações em empresas com potencial de crescimento. "Faltava investimento acionário. Queremos ter uma carteira de seis a sete fundos na área ambiental", disse.

Na prática, além do BNDES, os principais investidores são os fundos de pensão (previdência complementar privada ligada a empresas) e grandes companhias, como a Vale. Segundo Lobão, o prazo desses fundos é, em geral, de oito a dez anos, e não é possível retirar o dinheiro antes desse período. O perfil de longo prazo acaba inibindo a entrada de mais empresas privadas como investidores, embora não existam restrições à sua participação. A gestão dos fundos é feita por empresas selecionadas em chamada pública. Cabe a elas o papel de selecionar e acompanhar projetos ou empresas que estão de acordo com o perfil do fundo.

A primeira a receber recursos do FIP Caixa Ambiental, um dos fundos nos quais o BNDES investe, é a Renova Energia, que atua no setor de energia renovável com PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e usinas eólicas. A empresa foi a grande vencedora do primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro. A empresa fez uma oferta pública inicial de ações nesta semana que movimentou R$ 172,5 milhões (US$ 95,8 milhões). Os papéis saíram por R$ 15 (US$ 8,3), valor do piso da oferta. No caso do FIP Vale Florestar, em que o BNDES investe com a mineradora, o Petros e o Funcef, o foco é a recuperação de floresta degradada.