29/05/08 11h43

BNDES prepara captações externas de US$ 7 bilhões

O Estado de S. Paulo - 29/05/2008

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está preparando duas captações que irão somar US$ 7 bilhões. Uma delas será por meio do lançamento de debêntures no valor de US$ 6 bilhões por meio do BNDESPar, seu braço de participações. Outra foi lançada ontem, no valor de US$ 1 bilhão, em títulos no exterior com vencimento em 2018 - será a primeira captação externa em mercado feita pelo BNDES no governo Lula. A captação de US$ 6 bilhões foi informada ontem pela instituição à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Uma minuta do prospecto preliminar da emissão foi registrada na CVM. Trata-se de um programa de distribuição de debêntures simples não conversíveis em ações. O prospecto informa que 30% da oferta da primeira emissão será destinada ao varejo e o restante a investidores institucionais. O banco não comentou este assunto à noite. Já a captação no valor de US$ 1 bilhão foi confirmada pela manhã pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, depois de participar do 20º Fórum Nacional. Coutinho evitou dar detalhes sobre a operação. "O bookbuilding (processo de formação de preços) está sendo fechado agora", limitou-se a comentar, ao justificar que não informaria as condições de juros da captação neste momento. Os líderes da operação foram o Citigroup e o Morgan Stanley. De acordo com a agência Dow Jones, fontes ligadas à operação informaram que a procura foi quase três vezes a oferta e o banco conseguiu vender os papéis sem deságio. O juro nominal é de 6,369%, 2,375 pontos porcentuais acima dos juros dos títulos do Tesouro americano para o mesmo prazo. No total, cerca de 120 contas distintas compraram papéis do BNDES. A maioria ficou com investidores brasileiros e americanos, seguidos por europeus e asiáticos. Na rápida entrevista de ontem, Coutinho confirmou também a criação do fundo para a Amazônia, anunciado terça-feira pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que será administrado pelo BNDES. Segundo Coutinho, o diretor do banco João Carlos Ferraz está em Oslo (Noruega) negociando a doação de recursos daquele país para o fundo ambiental. Coutinho informou ainda que o banco aprovou na terça-feira um investimento de R$ 27 milhões (US$ 16,4 milhões) por meio de seu Fundo Tecnológico (Funtec) para um laboratório de estruturas leves, que será construído e instalado em São José dos Campos, São Paulo. Os recursos vão para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Finep e Embraer também estão contribuindo, totalizando com o dinheiro do BNDES, R$ 100 milhões (US$ 60,6 milhões).