21/10/08 11h03

BNDES terá US$ 1,4 bi para capital de giro

Valor Econômico - 21/10/2008

O BNDES se prepara para lançar no mercado uma linha de crédito de capital de giro da ordem de R$ 3 bilhões (US$ 1,4 bilhão) a juros de mercado para socorrer o setor privado. A nova linha de longo prazo não terá restrição por setor de atividade ou tamanho de empresa, como acontecia com os programas Revitaliza e Progerem. O que ainda está em discussão no novo produto do banco é se o financiamento deste crédito será feito através de agentes financeiros do BNDES ou diretamente do caixa da instituição. A hipótese mais provável é que se mantenha a regra estabelecida pela casa: empréstimos de até R$ 10 milhões (US$ 4,5 milhões) repassados via agente e, acima deste valor, pelo BNDES. A idéia do governo é criar um instrumento de apoio financeiro para evitar falência de empresas em tempos de escassez de crédito por conta da crise financeira internacional. A expectativa oficial é que os maiores demandantes da nova linha sejam pequenas e médias empresas, mais carentes de recursos. Mas as grandes empresas também terão acesso ao financiamento. Até agora, na história do banco, linhas de capital de giro eram raras. A partir de 2005 foram ativados dois programas desse tipo de financiamento, mas com limites por porte de empresa e setores: o Progerem e o Revitaliza. O Progerem foi focado em municípios selecionados pelo banco e destinado a projetos relacionados aos Arranjos Produtivos Locais (APLs). Seus recursos são para micro, pequena e média empresas. Ele tem dotação orçamentária anual que vem sendo renovada todos os anos e termina agora, em 31 de dezembro. O Revitaliza - programa de apoio e revitalização dos setores calçadistas, artefato de couro, beneficiamento de couro, beneficiamento de madeira, pedras ornamentais, moveleiro, têxtil e confecções - vigorou de junho de 2007 até junho de 2008. O programa tinha uma dotação de R$ 2 bilhões (US$ 909,1 milhões). Ele foi criado para apoiar as empresas intensivas em capital e com problemas de câmbio. Tinha duas modalidades de financiamento: taxa fixa e taxa variável, com um custo na casa dos 7% para a fixa, mais 0,5% de spread do BNDES e 3,5% do agente com equalização do Tesouro, e prazo de 96 meses.