09/11/11 13h36

BNDES vai engordar programa de fomento a crédito da Petrobras

Brasil Econômico

O Programa Progredir, lançado pela Petrobras para elevar a oferta de crédito para a cadeia de fornecedores da companhia, ganhará mais um aliado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está se preparando para atuar no projeto a partir do primeiro semestre de 2012. “Estamos finalizando o desenvolvimento de uma tecnologia para adequação ao sistema utilizado no Progredir e, no começo do ano que vem, estaremos prontos para ingressar no programa”, contou ao BRASIL ECONÔMICO Ricardo Cunha da Costa, chefe do Departamento da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás do BNDES.Oexecutivo participou do Seminário Qualificar e Competir, realizado ontem na capital paulista.

Hoje, os fornecedores da Petrobras que atuam no segmento de petróleo e gás podem acessar, até 2015, uma linha que totaliza R$ 5 bilhões para financiamento de projetos. A solicitação é feita diretamente no site do Progredir e, em menos de uma semana, os seis bancos conveniados (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Santander e Itaú) enviam suas propostas à empresa. Quando ingressar no projeto, o BNDES atuará como fonte de recursos a essas instituições. “Elas poderão reduzir o atual custo de captação e emprestar a taxas menores”, explica.    

Até a primeira semana de novembro, a programa contratou R$ 750 milhões em crédito para 90 fornecedores. A expectativa da Petrobras é chegar a R$ 1 bilhão até dezembro. A maior parte dos contratos está concentrada em São Paulo (27% do total). “Daqui a alguns anos, sentiremos os reflexos disso, pois São Paulo será o coração das operações da Petrobras com o présal”,diz Roberto Alfradique, gerente de Gestão Financeira de Projetos Especiais da estatal.  

Ele destaca que o programa nasceu da dificuldade de viabilizar os investimentos desejados pela Petrobras. “Estamos vivendo um momento de baixa qualificação de mão de obra, além de escassez de tecnologias inovadoras. Criamos o Progredir para capacitar a cadeia, levando crédito às pequenas empresas, que têm dificuldade para se financiar”, diz. A companhia anunciou este ano o maior plano de investimentos de sua história— até 2015, vai investir US$ 220 bilhões em infraestrutura e aperfeiçoamento de tecnologias.  

Além de capacitar os fornecedores no segmento de petróleo e gás, a medida garante o fortalecimento da indústria nacional. “A competição com as empresas estrangeiras é muito desleal, pois elas conseguem capital de giro mais barato”, diz.