17/11/08 16h31

BNDES vê expansão de 81% em biocombustível

Folha de S. Paulo - 17/11/2008

Estudo elaborado pelo BNDES a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a demanda mundial por biocombustíveis alcançará 101 bilhões em 2010. O resultado representaria um aumento de 81,3% em relação ao patamar de 2007, de produção de 55,7 bilhões de litros. As previsões indicam que a equiparação entre oferta e demanda só deverá ocorrer em 2015, quando a produção chegar a 162 bilhões de litros para um patamar de demanda de 150 bilhões de litros. As informações fazem parte do livro "Bioetanol de Cana-de-açúcar Energia para o Desenvolvimento Sustentável", que será lançado pelo presidente amanhã durante a Conferência Internacional sobre os Biocombustíveis, em São Paulo. A participação dos empréstimos para o setor sucroalcooleiro no total de financiamentos do BNDES saltou de 1,53% em 2004 para quase 8% de janeiro a outubro deste ano. De acordo com o banco de fomento, já foram liberados este ano R$ 5,22 bilhões (US$ 2,4 bilhões) para o setor. Do total desembolsado pelo BNDES em 2008 para o setor, R$ 2,31 bilhões (US$ 1,05 bilhão) foram destinados à fabricação de álcool. O restante estava relacionado a investimentos em co-geração, cultivo de cana e produção de açúcar. A carteira de projetos do banco soma R$ 12,415 bilhões (US$ 5,6 bilhões), entre operações em perspectiva, em consulta, em análise, aprovadas ou contratadas, com um total de 78 projetos. Com o objetivo de abrir espaços na economia mundial para o álcool, o BNDES programou viagens de divulgação do livro "Bioetanol de Cana-de-açúcar -Energia para o Desenvolvimento Sustentável" por América do Norte, América Central, Europa e África em 2009. Luiz Augusto Horta Nogueira, organizador do livro, diz que o principal entrave para a inserção do álcool como commodity é a desinformação. "Para nós, o álcool já se tornou parte do cotidiano, mas há quem não saiba nem que há uma parcela de álcool misturada à gasolina", diz ele. O estudo contesta também as afirmações de que a produção de álcool de cana-de-açúcar prejudica a produção de alimentos.