17/03/09 09h42

BNDESPar vira sócia da LLX para garantir investimentos

Valor Econômico - 17/03/2009

Em meio à crise financeira global, a LLX, empresa de logística controlada pelo empresário Eike Batista, optou por fazer um aumento de capital no valor de R$ 600 milhões (US$ 260,9 milhões) para garantir os recursos necessários ao desenvolvimento de seus dois projetos portuários: o Super Porto do Açu e o Porto do Sudeste, ambos no estado do Rio. Ontem, a LLX informou que a BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aprovou a compra de R$ 150 milhões (US$ 65,2 milhões) em papéis da companhia, equivalente a 25% do total da emissão, ao preço de R$ 1,80 por ação, com ágio de 19% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira. Com a operação, a BNDESPar passará a ter 12,05% do capital da LLX. Ricardo Antunes, presidente da empresa, disse, em teleconferência, que o aumento de capital permite à empresa se capitalizar para fazer frente aos projetos do Açu e do Sudeste. Só a parte do Açu voltada para a exportação de minério de ferro mais o projeto do Sudeste, também focado na movimentação de minério, somam investimentos de cerca de R$ 3,5 bilhões (US$ 1,5 bilhão). "Com essa operação, que deve terminar na segunda quinzena de abril, teremos dinheiro em caixa e não precisaremos mais voltar ao mercado [para desenvolver os dois projetos]", disse Antunes. O outro projeto da empresa, o Porto Brasil, em Peruíbe (SP), continua suspenso. O mercado elogiou a operação. O Credit Suisse avaliou, em relatório, que a notícia é positiva para a LLX. A dúvida agora é saber se os acionistas minoritários da LLX vão aderir à operação, o que poderão fazer em 30 dias. A adesão deve depender do comportamento da ação no mercado. Se ela se valorizar acima do preço fixado no aumento de capital, de R$ 1,80 por ação, poderá haver interesse. Caso contrário, os minoritários não devem aderir e serão diluídos em sua participação no capital da empresa. De qualquer maneira, os acionistas controladores da LLX, Eike Batista e o fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, o OTPP, estão dispostos a comprar 100% das sobras, disse Antunes.